Política Titulo Editorial
Outro jogo de empurra
Do Diário do Grande ABC
16/04/2017 | 08:50
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Aline Pietri/DGABC


A destinação final e correta do lixo é tema que está na ordem do dia em todo o mundo há muito tempo, mas na maioria dos países, sobretudo nos do chamado terceiro mundo, os planos e projetos costumam ficar mesmo no papel. Geralmente por falta de recursos ou, o que é pior, de disposição por parte de governantes e empresários, que não levam em conta a agressão causada ao já maltratado meio ambiente quando os detritos são largados nas ruas ou despejados em lixões clandestinos.

Mesmo os tais aterros sanitários não são lá a melhor maneira de dar fim a toneladas de lixo produzidas diariamente por milhões de habitantes, como é o caso do Grande ABC, de cerca de 2,7 milhões de pessoas. Aliás, o tema ganhou força na região no início dos anos 1990, quando da criação do Consórcio Intermunicipal, colegiado que reúne os prefeitos das sete cidades. Como se sabe, as discussões não avançaram no sentido de achar uma solução ecologicamente mais correta e econômica, porque coletar e destinar os detritos custa milhões por ano aos municípios. Ou será que talvez por isso mesmo não tratam o tema com tanto empenho?

A discussão ficou praticamente ‘morta’ no Grande ABC até 2011, quando o governo do então prefeito Luiz Marinho (PT) decidiu colocar em curso a construção de usina de incineração em área próxima ao antigo lixão do Alvarenga, em contrato de R$ 4,3 bilhões com o Consórcio SBC Valorização Revita e Lara. Passados seis anos tudo continua na mesma. Ou seja, a solução que deveria entrar em operação em 2015 não saiu do papel.

Agora descobre-se que o pedido de licenciamento ambiental para uso do terreno foi arquivado em setembro pela Cetesb, que alega ter expirado o prazo para entrega de informações complementares. No curso dos anos em que o projeto ficou em banho-maria, a administração acusava justamente a Cetesb pelo atraso, enquanto o consórcio despejava a culpa no governo. Ao fim e ao cabo, nesse jogo de empurra quem fica no prejuízo é a população, o meio ambiente e o município.  




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