O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que não existe problema de relacionamento entre ele e os deputados do Grande ABC, que reclamam por não conseguir marcar audiência com o governador para debater as emendas da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Alckmin afirmou que está aberto a dialogar com quem estiver disposto, seja de qual partido pertencer.

“Estou à disposição, apenas acho que estas questões de lei, como no caso da LDO, é um trabalho da Assembléia Legislativa. Não fico, como Poder Executivo, interferindo nas questões internas da Assembléia. Esse é um tema do Poder Legislativo, que tem a autonomia para discutir e decidir. Mas isso não quer dizer que não receberei os deputados para uma conversa, pelo contrário”, disse o governador.

Para o deputado estadual Vanderlei Siraque (PT-Santo André), Alckmin não está mais interessado nos problemas do Grande ABC. “O problema está com a nossa região. O governador não quer mais a seqüência dos acordos assinados na época em que o Estado era administrado por Mário Covas. Até porque as 27 emendas apresentadas pelos deputados da região são propostas que já vêm sendo discutidas há alguns anos como, por exemplo, a questão dos piscinões.”

O deputado disse que não pretende impor nada ao governador e que o objetivo da reunião é apenas o de explicar melhor o propósito das emendas. “Enviamos um pedido assinado pelos oito deputados da região a fim de marcar uma audiência com o governador, os sete prefeitos do Grande ABC e os presidentes das Câmaras. Chegamos até mesmo a falar com o líder do governo e com o secretário chefe da Casa Civil, João Caramez, mas até agora não tivemos retorno.”

O governador afirmou que está estudando as emendas, porém, não conseguiu citar nenhuma delas. “Não conheço emendas específicas, o que sei são os problemas existentes aqui, como a questão de saneamento básico, combate a enchentes, segurança, infra-estrutura e habitação. Mas ressalto que estou aberto a qualquer tipo de discussão.”

Alckmin disse ainda que os projetos mais relevantes são debatidos com os líderes do governo e de oposição para que não haja dúvidas quanto ao teor da matéria. “Assim evitamos entendimentos errados com relação a determinado assunto. No caso da Nossa Caixa, por exemplo, algumas pessoas acreditam que queremos privatizar o banco, e a nossa meta é exatamente o contrário. Queremos que a Nossa Caixa funcione nos moldes do Banco do Brasil e se torne mais competitiva.”