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Indios declaram guerra ao cristianismo
Do Diário do Grande ABC
07/07/2000 | 17:26
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Líderes indígenas de vários países, que participam de um fórum na Guatemala, declararam nesta sexta-feira guerra ao cristianismo e a outras religioes ocidentais, as quais culpam pela perda da identidade cultural de milhares de povos em todo o mundo.

O "primeiro grito" contra o cristianismo foi dado pelo presidente do Conselho Internacional de Tratados Indígenas (CITI), o americano Bill Means, durante o encontro, realizado na cidade de Quetzaltenango, 206 km a oeste da capital guatemalteca.

"Queremos voltar a rezar como nossos ancestrais faziam, como filhos da terra; por isso pedimos ao mundo que tome conhecimento da forma de vida indígena", disse Means, um índio de Dakota do Sul. Segundo ele, existem no mundo mais de 300 milhoes de indígenas que lutam "pela sobrevivência de sua cultura e forma de vida; por isso, queremos falar os idiomas de nossos ancestrais e cultivar a terra que eles cultivaram".

O pajé maia guatemalteco Nicolás Lucas disse que a luta contra as tradiçoes cristas está na lista das prioridades das naçoes indígenas e que a Guatemala nao é exceçao. Em nome de Deus, foram massacrados no país milhoes de pessoas, com a chegada dos espanhóis à América em 1492.

"Mataram sábios queimando-os vivos. Nao que Cristo tenha sido mau, ele foi bom, mas em nome dele vieram até nós, cheios de maldade e nos massacraram", comentou Nicolás, após uma cerimônia maia da qual participou junto a outros 22 sacerdotes durante o fórum internacional.

"Os cristaos nos discriminam, nos chamam de feiticeiros e bruxos mas a única coisa que fazemos é pedir à mae-terra paz, liberdade e o respeito à natureza, porque se morrerem as florestas, os rios e os mares, nós também morreremos".

Para Carmen Yamberla, da Confederaçao de Nacionalidades Indígenas do Equador, o principal a fazer, agora, é buscar alternativas para melhorar as condiçoes precárias em que vivem a maioria de índios em todo o mundo.




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