Política Titulo AntiPT
PSDB declina e aceita ser
coadjuvante em Sto.André

Próxima de fechar apoio a Aidan Ravin (PTB), executiva
enterra candidatura do vereador Paulinho Serra ao Paço

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
21/03/2012 | 07:18
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Com a justificativa de formar frente antiPT no Grande ABC, o diretório do PSDB de Santo André admite chance de reverter candidatura própria, que seria encabeçada pelo vereador Paulinho Serra - o qual não tem apoio de nenhum integrante da executiva local.

Para evitar perder palanque para a disputa de 2014 na reeleição do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), a executiva tucana cogita enterrar o projeto partidário e aceitar a proposta oficial realizada anteontem pelo prefeito Aidan Ravin (PTB) para firmar composição.

Atento à estratégia petista de constituir cinturão vermelho na Grande São Paulo, o Palácio dos Bandeirantes faz força para não permitir a retomada do Paço andreense pelo PT. A deliberação da municipal pela adesão ao governo Aidan deve ser formalizada em dez dias com anuência do diretório estadual, preservando as alianças estratégicas para a corrida eleitoral daqui a dois anos.

O presidente do diretório municipal, Ricardo Torres, avalia que o pleito de outubro está "muito atrelado ao de 2014" e, por isso, tem de ser repensado o voo solo. "Há sinalização interna que o diretório certamente estudará (de apoio). Em 2008, o Aidan corporificou uma frente antiPT e ganhou a eleição. O convite é de participação efetiva no plano de governo. Será discutido. Política se faz com coalizão." Em visita ao Diário para explicar a situação, ele enfatizou que, como partidário, Paulinho "terá de acatar a decisão".

Apesar de salientar que "é reivindicação tucana", Torres afirmou que a garantia da abertura do posto de vice não foi colocada na negociação. Porém, o nome da secretária de Educação da Prefeitura, Cleide Bochixio, do vereador Marcos Cortez e até mesmo o dele são cogitados para integrar a chapa governista. "Qualquer um de nós pode passar (nesta condição)", disse ele, que faz parte da assessoria do secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas.

O cenário conjuntural será reanalisado, segundo Torres, para a "cidade não retroceder", referindo-se ao PT, que governou Santo André por 12 anos consecutivos. "Não temos clareza (de sucesso tucano com candidatura). Veremos se (o apoio) dará condições de implementar ideias do PSDB, contribuindo para que se traduza em política pública", considerou, acrescentando que o diretório "tem críticas à administração, mas que o governo é bom e atende as expectativas pelo método antagonista à gestão anterior (do PT) de fazer política."

Alckmin referendou que a definição da empreitada tucana dependeria dos diretórios locais. Rechaçando interferir no processo, sempre afirmou a aproximação com o governo Aidan. O presidente estadual, Pedro Tobias, disse ontem que, se a municipal topar a união com o PTB, terá aval de São Paulo. "Ele (Aidan) é aliado. Se precisar, vamos compor para ganhar (a eleição). Temos de encarar que o PT é o opositor. O PTB sempre foi parceiro, seria apoio de mão dupla. Por isso vemos com bons olhos."

 

Paulinho acusa dirigentes de vender sigla

 

Pré-candidato do PSDB ao Paço de Santo André, Paulinho Serra acusa o presidente do diretório local, Ricardo Torres, e o coordenador regional tucano e deputado federal, William Dib, de venderem o partido. O parlamentar avalia que foi enganado durante todo o processo por acreditar ter apoio para lançar sua pré-candidatura.

Ele diz que irá até as últimas consequências. "Quero ouvir das pessoas que realmente representam o PSDB o argumento para a mudança de postura, porque sempre me coloquei à disposição."

Paulinho reitera que sofreu "puxada de tapete por fins lucrativos", revelando que o presidente havia afiançado que seria coordenador de sua campanha à Prefeitura. Além disso, alega que na eleição de Torres ficou acertado que o consenso seria em troca da garantia de candidatura própria. "Fica difícil acreditar em legitimidade dessa forma. Vou procurar na esfera estadual, pois em Santo André são passíveis de alteração de opinião repentina. Não dá para aceitar isso por alguns cargos (comissionados na administração)", disse.

O provável acordo com o PTB, mesmo sem modificação no cenário eleitoral, revolta o pré-candidato. Para ele, nada mudou em dez dias para falar em adesão ao governo. "Único fato novo foi a denúncia de corrupção (no Semasa). A possível fraude atraiu para mudar o discurso? Acredito que haja um conluio, porque não tem argumento." Ele cita que o diretório está revertendo resolução estadual de lançar candidatura em cidades com mais de 100 mil habitantes, caso de Santo André.

A vice-prefeita e presidente do diretório municipal do PTB, Dinah Zekcer, repudiou as declarações de Paulinho. "Ele tem de resolver os problemas internamente. Tem de ter os pés no chão (para se candidatar) e muito apoio. Não é toda vez que dá certo." Dib não foi encontrado para comentar o assunto.




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