A decisão de ter um grupo único ocorreu em uma das reuniões da Uesa (União das Escolas de Samba de Santo André), depois de ter sido alterado o estatuto que permitiu que uma escola do Grupo 2 subisse para o primeiro após ter vencido o Carnaval 2000, sendo que a última colocada do Grupo 1 não foi rebaixada.
Segundo o presidente da Uesa, Emerson Ceccato, que também é presidente da Lírios de Ouro, após a definição do desfile único também ficou acertado que nenhuma das escolas realizaria desfile luxuoso, ou seja, mais caro. “O desfile deve ter o mesmo nível. Até pedimos às escolas que têm mais recursos que evitem gastar valor acima da verba”, afirmou.
O acordo, no entanto, têm tirado o sono de muitos diretores e presidentes de escolas do Grupo 1. “Ninguém que está no grupo principal gostaria de perder para uma escola do Grupo 2. A responsabilidade é bem maior, pois os considerados melhores por estarem no andar de cima podem ser superados”, disse o diretor cultural da Mocidade Independente Cidade São Jorge, Aloísio João de Lima, o popular Tatá.
As escolas, mesmo com limitações, prometem realizar um belo espetáculo. Mas reclamam que o difícil será promover um desfile grandioso com pouco dinheiro. O jeito é procurar aproveitar tudo o que der – de roupas a alegorias – dos desfiles anteriores.
Armações de metal utilizadas em fantasias para a colocação de penas e plumas estão sendo reaproveitadas. Apliques, miçangas, paetês e penas também são retirados de antigas fantasias e coladas em uma nova. Dos carros alegóricos aproveita-se a estrutura e, de grandes peças esculpidas em isopor, saem esculturas menores.
“Não é fácil realizar um desfile quando falta dinheiro. Mas nosso carnavalesco é criativo e sempre encontra um material alternativo e mais barato que acaba dando o mesmo efeito na avenida. E como as cores da escola não mudam, muitos acessórios antigos são colocados em peças novas e ninguém reclama”, completou o vice-presidente do Ocara Clube, Antônio Camata.
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