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Santo André faz Carnaval reciclado
Andrea Catão Maziero
Do Diário do Grande ABC
17/02/2001 | 18:02
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A disputa pelo título de campeã do Carnaval de rua de Santo André vai estar mais acirrada do que nunca. Em virtude do valor da subvenção dada pela Prefeitura às escolas dos grupos 1 e 2 ser idêntico, as agremiações decidiram realizar neste ano desfile em bloco único, de forma que tanto uma escola de samba do grupo principal quanto outra do secundário terão a oportunidade de competir como iguais. E vence quem tiver o melhor Carnaval e maior criatividade. Neste caso, criar virou sinônimo de reciclar material utilizado em carnavais passados.

A decisão de ter um grupo único ocorreu em uma das reuniões da Uesa (União das Escolas de Samba de Santo André), depois de ter sido alterado o estatuto que permitiu que uma escola do Grupo 2 subisse para o primeiro após ter vencido o Carnaval 2000, sendo que a última colocada do Grupo 1 não foi rebaixada.

Segundo o presidente da Uesa, Emerson Ceccato, que também é presidente da Lírios de Ouro, após a definição do desfile único também ficou acertado que nenhuma das escolas realizaria desfile luxuoso, ou seja, mais caro. “O desfile deve ter o mesmo nível. Até pedimos às escolas que têm mais recursos que evitem gastar valor acima da verba”, afirmou.

O acordo, no entanto, têm tirado o sono de muitos diretores e presidentes de escolas do Grupo 1. “Ninguém que está no grupo principal gostaria de perder para uma escola do Grupo 2. A responsabilidade é bem maior, pois os considerados melhores por estarem no andar de cima podem ser superados”, disse o diretor cultural da Mocidade Independente Cidade São Jorge, Aloísio João de Lima, o popular Tatá.

As escolas, mesmo com limitações, prometem realizar um belo espetáculo. Mas reclamam que o difícil será promover um desfile grandioso com pouco dinheiro. O jeito é procurar aproveitar tudo o que der – de roupas a alegorias – dos desfiles anteriores.

Armações de metal utilizadas em fantasias para a colocação de penas e plumas estão sendo reaproveitadas. Apliques, miçangas, paetês e penas também são retirados de antigas fantasias e coladas em uma nova. Dos carros alegóricos aproveita-se a estrutura e, de grandes peças esculpidas em isopor, saem esculturas menores.

“Não é fácil realizar um desfile quando falta dinheiro. Mas nosso carnavalesco é criativo e sempre encontra um material alternativo e mais barato que acaba dando o mesmo efeito na avenida. E como as cores da escola não mudam, muitos acessórios antigos são colocados em peças novas e ninguém reclama”, completou o vice-presidente do Ocara Clube, Antônio Camata.




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