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UB40 lança CD de duas décadas de sucesso
Leonardo Blaz
Do Diário do Grande ABC
30/01/2001 | 18:43
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Dizem que o sucesso é passageiro, mas há bandas que, apesar de não apresentarem nada de novo há algum tempo, mantêm a popularidade intacta. No Brasil, o Guns N’ Roses encabeça uma extensa lista que ainda inclui nomes como o UB40. Muitas das músicas desse grupo podem ser apreciadas na recém-lançada coletânea The Very Best of UB40 1980–2000 (Virgin, R$ 25 em média). 

Além de um inegável talento, a fama obtida pela banda se deve a canções simples, que além de martelarem na cabeça servem como trilha sonora para inúmeras ocasiões, e à voz agradável do cantor Ali Campbell. Não é à toa que eles conseguem atrair desde fanáticos por reggae – os britânicos são adorados na Jamaica – até por quem não se interessa muito pelo gênero.

Mas apesar de competência, o grupo, que já vendeu mais de 40 milhões de discos, também pode ser considerado sortudo e visionário. Ao escolher alguns covers para integrar seus discos, o UB40 conseguiu torná-los seus maiores sucessos. 

Red Red Wine é um exemplo incontestável. Regravação de um antigo reggae, a música fez parte do álbum de regravações Labour of Love, de 1983. A canção, entretanto, foi ignorada, e só estourou cinco anos depois, ao ser apresentada num concerto em homenagem a Nelson Mandela no agora destruído estádio de Wembley, na Inglaterra.

Não foi diferente com Can’t Help Falling in Love, de 1993, um dos últimos hits do grupo no país, que originalmente foi gravado por Elvis Presley. No álbum, há até uma versão recente de Light My Fire, do The Doors, que, apesar de ser bem inferior à original, não ficou ruim. 

Como toda coletânea que se preze, ainda não ficaram de fora as conhecidas Higher Ground, Kingston Town, I Got You Babe (com participação da líder do The Pretenders, Chrissie Hynde, primeiro grupo a apostar no sucesso da banda de reggae) e Cherry Oh Baby, além de boas canções que por aqui foram quase ignoradas, como The Earth Dies Screaming, Tell Me is It True e Bring Me Your Cup. 

Espera-se, no entanto, que, daqui para frente, o UB40 saiba envelhecer com dignidade, apresentando álbuns bons que, ao mesmo tempo que repitam a fórmula utilizada há anos, também possam expressar inovações. A aproximação com ritmos eletrônicos, como o drum’n’bass, gênero pelo qual os integrantes já revelaram sua admiração, pode ser uma boa saída.




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