Que o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), está cada vez mais próximo politicamente do pré-candidato à Presidência, José Serra (PSDB), isso não é novidade. O petebista afirma, sem qualquer dúvida, que irá trabalhar na campanha de Serra e também do pré-candidato a governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. Mas não só isso. Auricchio abriu ontem a possibilidade de até mesmo se afastar da Prefeitura para se dedicar ao período eleitoral.

"Vou conversar com os candidatos e estarei à disposição deles, principalmente do Alckmin, que terá uma campanha estadual, para também me deslocar a outras cidades, com o objetivo de ajudá-lo", afirma o chefe do Executivo.

Auricchio, que não se afastou do cargo da Prefeitura nem mesmo durante sua própria campanha à reeleição em 2008, disse que isso dependerá de procedimentos jurídicos. "Terei que ver se tenho diponibilidade de férias, que é um direito meu, ou então de licença remunerada", explica.

O prefeito de São Caetano esteve presente ontem na cerimônia de despedida de Serra do Governo de São Paulo. O petebista definiu o evento como "histórico" e salientou ter sido um momento bastante emocionante.

PROXIMIDADE - Provando que Auricchio está cada vez mais próximo do pré-candidato tucano à Presidência, desde sexta-feira passada o prefeito de São Caetano esteve três vezes com Serra.

Na sexta, o petebista assinou o contrato para a implementação do centro de excelência de vôlei no município, iniciativa que faz parte do Programa São Paulo Olímpico. Já na terça-feira, o prefeito e o governador lançaram o portal na internet que disponibiliza abertura rápida de empresas na cidade. E ontem, o prefeito participou da despedida de Serra do governo.

Em todos os encontros o tucano não dispensou elogios ao empenho e atuação de Auricchio à frente do Executivo de São Caetano. Sempre classificando o município como um dos mais desenvolvidos do País, nas mais diversas áreas.

Ex-prefeito de Diadema deixou o cargo por duas vezes

A possibidade de o prefeito de São Caetano deixar o cargo da Prefeitura para apoiar as campanhas de Alckmin e Serra já foi um procedimento quase que rotineiro para o ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT). O petista chegou a deixar sua cadeira do Executivo por duas vezes durante seus mandatos.

A primeira vez foi em 2004, no período do segundo turno das eleições, quando concorria à reeleição. Na época, Filippi ficou afastado do cargo durante aproximadamente um mês, para se dedicar à disputa, já que havia perdido o primeiro turno. A segunda oportunidade foi em 2006, quando o ex-chefe do Executivo aceitou o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para coordenar a tesouraria de sua campanha para a reeleição. Desta vez, Filippi ficou longe da Prefeitura por quase sete meses. Quem assumiu sua posição nas duas vezes foi o vice-prefeito de Diadema na ocasião, Joel Fonseca.

No fim de 2007 surgiram rumores de que o petista iria se afastar novamente do Executivo para coordenar as campanhas eleitorais, em 2008, às Prefeituras dos canditados Mário Reali (PT), em Diadema, e Luiz Marinho (PT), em São Bernardo.

O fato comentado, inclusive, era de que tudo estava sendo articulado em Brasília, pelo alto escalão do PT, que tinha como prioridade garantir o terceiro mandato consecutivo na cidade. Filippi não se afastou em 2008, mas mesmo assim o partido conseguiu se manter no governo da cidade.