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Saldo da dívida em setembro supera meta com FMI
Do Diário do Grande ABC
22/11/1999 | 17:55
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O Brasil nao conseguirá cumprir a meta indicativa para a dívida líquida do setor público, prevista no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para o mês de dezembro, admitiu nesta segunda-feira o chefe do departamento Econômico do Banco Central (Depec), Altamir Lopes. Já em setembro a meta indicativa de R$ 504,619 bilhoes foi largamente superada. A dívida líquida apurada pelo governo em setembro foi de R$ 510 711 bilhoes. Para dezembro, conforme a meta indicativa acertada com o FMI, a dívida líquida do setor público deveria estar em R$ 513,518 bilhoes.

Lopes atribuiu ao câmbio a razao pela qual a meta nao foi cumprida. "Na trajetória da dívida trabalhamos com o câmbio a R$ 1,75", disse. Ele lembrou que em termos de porcentual do PIB a dívida está dentro dos parâmetros previstos, mas isso também é porque o Produto Interno Bruto em real vem sofrendo valorizaçao.

Em percentual do PIB, a dívida líquida do setor público, em setembro, ficou em 49,4%. Na relaçao prevista com o FMI poderia estar em 50,9%. O chefe do Depec explicou que o fato da meta indicativa ter sido superada nao implicará em qualquer sançao ao País. O contrário seria se a dívida líquida do setor público fosse um compromisso de desempenho, como é, por exemplo, a meta fiscal. Nesse caso o descumprimento teria que ser seguido por uma explicaçao do governo brasileiro ao "board" do FMI que poderia, inclusive, suspender o desembolso dos recursos previsto no acordo.

Mesmo descumprindo a meta indicativa com o FMI, a dívida líquida do setor público em setembro apresentou pequeno declínio com relaçao a agosto. Enquanto que, em agosto, a dívida atingiu R$ 511,115 bilhoes, o equivalente a 50,3% do PIB, em setembro ela ficou em R$ 510,711, equivalente a 49,4% do PIB. Segundo Lopes a queda foi devida ao excelente resultado primário, de R$ 5,4 bilhoes, mais que suficiente para descontar os juros e gerar um resultado nominal também superavitário.

Dívida Mobiliária - No mês de outubro a dívida mobiliária federal fora do Banco Central totalizou R$ 411,8 bilhoes, o equivalente a 39,2% do PIB. O aumento com relaçao ao mês anterior foi de 2,12%. O chefe do Depec atribuiu o crescimento às colocaçoes líquidas de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e de Letras do Tesouro Nacional (LTN) no mercado primário, além da desvalorizaçao cambial no mês, que foi de 2 93%. A colocaçao de LTN pelo Tesouro passou de R$ 37,028 bilhoes para R$ 47,575 bilhoes enquanto que o aumento de LTF foi de R$ 167,641 bilhoes para R$ 176,959 bilhoes.

Com relaçao à participaçao por indexador, o BC verificou em outubro, crescimento da participaçao dos títulos prefixados, que passaram de 10,8% em setembro para 11,5%. Os títulos pós-fixados apresentaram pequena queda na sua participaçao no total da dívida, saindo de 59,5% em setembro para 58,4% em outubro. A elevaçao da participaçao dos papéis indexados ao câmbio no total da dívida, de 26,3% para 26,7%, foi atribuído pelo BC à desvalorizaçao cambial. Também cresceu a duraçao média dos títulos federais emitidos em oferta pública de 3,6 para 3,8 meses.




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