Internacional Titulo
Chirac envia mensagem de apoio à família Betancourt
Do Diário OnLine
Com AFP
23/02/2005 | 18:48
Compartilhar notícia


O presidente francês, Jacques Chirac, enviou nesta quarta-feira uma mensagem para expressar seu apoio e solidariedade à família de Ingrid Betancourt, seqüestrada há três anos (completados nesta terça-feira) pelos rebeldes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), destacaram autoridades francesas.

A carta foi enviada a Astrid Betancourt, irmã de Ingrid. A ex-candidata dos verdes à Presidência colombiana foi seqüestrada no dia 23 de fevereiro de 2002 perto de Florencia, 600 quilômetros ao sul de Bogotá, por rebeldes das Farc.

A França pediu nesta quarta-feira que as autoridades colombianas tomem decisões concretas para obter a libertação de Betancourt.

O seqüestro - Betancourt foi capturada pelas Farc no dia 23 de fevereiro de 2002, junto com sua assessora Clara Rojas, quando tentavam chegar de carro a San Vicente del Caguán, no sul do país, três dias após o rompimento do processo de paz entre o grupo e o governo de Andrés Pastrana.

Desde então foram divulgados dois vídeos como prova de que a refém está viva. Há três semanas, o número dois das Farc, Raúl Reyes, garantiu que Betancourt está em bom estado de saúde, ainda que abalada pela demora para chegar a um acordo de libertação, assim como o restante dos reféns que o grupo quer trocar por 500 rebeldes presos.

França no centro da polêmica - O governo da França está no centro de uma controvérsia despertada em Bogotá por suas ações em favor da libertação da ex-candidata à presidência, Ingrid Betancourt, que nesta quarta-feira cumpriu três anos como refém, em poder da guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

A polêmica surgiu nesta terça-feira, quando a imprensa divulgou supostas negociações secretas da França com o chamado "chanceler" das Farc Rodrigo Granda com o objetivo de obter a libertação de Ingrid Betancourt, o que foi negado por Luis Carlos Restrepo, o alto comissário para a paz do governo colombiano.

Segundo Restrepo, não há nenhum mal-estar entre França e Colômbia pela suposta ação secreta e que recentemente os presidentes Jacques Chirac e Alvaro Uribe mantiveram uma conversa telefônica "em excelentes termos" e que "nem sequer foi tratado o assunto dos seqüestrados".

A contrário do que disse Restrepo, o embaixador da França na Colômbia, Camille Rohou, afirmou à que a conversa entre Chirac e Uribe, no dia 10 de fevereiro, tratou "essencialmente" da questão dos reféns em poder das Farc.

A mãe de Ingrid Betancourt, Yolanda Pulecio, reagiu indignada. "O governo colombiano é mentiroso. O presidente Uribe é insensível, não lhe interessa o acordo humanitário, ao contrário da França", disse.

Pelo fato de Betancourt ter também nacionalidade francesa, a França vem desempenhando um papel especial no caso. Nesta quarta-feira, o ministro do Interior da França, Dominique de Villepin, amigo pessoal de Ingrid Betancourt, disse sentir "muita tristeza", apesar de "querer acreditar" nas esperanças de libertação.

"Por que tantos meses, dias, anos? Temos trabalhado muito para que as Nações Unidas interviessem, para que países mediadores, como a Suíça pudessem atuar, para criar um vínculo entre o governo colombiano e as Farc", assegurou Villepin.

O governo colombiano insiste que são as Farc que impedem um acordo de intercâmbio de 63 seqüestrados - entre eles Betancourt - por rebeldes presos e critica a atenção dada pela França no caso da Ingrid, quando existem cerca de três mil seqüestrados na Colômbia.

"Parece que se solucionarmos o seqüestro de Ingrid, estará solucionado o problema do seqüestro na Colômbia; 44 milhões de colombianos que sabem que isso não é certo", disse o embaixador de Bogotá em Paris, Miguel Gómez.

"Uma vez libertada Ingrid, a opinião pública francesa continuará mobilizada em favor dos seqüestrados colombianos?", perguntou Gómez.

Em meio à polêmica, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores francês, Hervé Ladsous, afirmou que "no caso Ingrid Betancourt, como em todo os outros casos de reféns, tem que prevalecer a discrição".

Ladsous afirmou que "as autoridades colombianas estão informadas de todas as medidas que a França vem tomando no caso".




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;