O secretário de Meio Ambiente de Diadema, Ricardo Silvério de Sousa, foi exonerado ontem e, segundo informação oficial, pediu para deixar o comando da Pasta. Porém, ele teria sido demitido do cargo devido à autorização do processo de demolição do sítio que pertencia ao ex-jurista Miguel Reale, no bairro Serraria.

A destruição do local, que estava inscrito no patrimônio público, começou no fim de semana. Informações extraoficiais indicaram que o prefeito Mário Reali (PT) não havia autorizado o processo, que resultará em construção de 720 apartamentos. O empreendimento será erguido pela Ballarin Imóveis e está assinado pelo arquiteto Fernando Silvério de Sousa, irmão do secretário de Meio Ambiente.

Em nota oficial, a Prefeitura informou que Sousa saiu da Pasta a pedido, alegando "razões pessoais". Ele será substituído por Milton Nakamura, atual secretário de Habitação. "Sousa continua no governo e irá exercer cargo na Saned (Companhia de Saneamento de Diadema)", disse a nota da administração. O secretário não atendeu os telefonemas do Diário para explicar o caso.

Alterações no Plano Diretor do município, feitas entre 2008 e 2009, retiraram a casa de Miguel Reale do e Iphac (Imóvel de Interesse Paisagístico, Histórico, Artístico e Cultural). As mudanças são alvo de ação civil pública, que corre no Tribunal de Justiça de São Paulo.

HISTÓRICO

Sousa assumiu a Secretaria de Meio Ambiente em 2010, em substituição a Rogério Menezes de Mello (PV), que pediu exoneração do Paço por pretensões eleitorais na disputa ao governo do Estado. Sousa é filho do ex-vereador Edgar Silvério de Sousa.

O titular da Pasta era filiado ao PV, e se envolveu em polêmica com seu partido em 2011. A legenda anunciou intenção de brigar pelo comando da Prefeitura em 2012. Sem concordar com a posição da direção municipal, Sousa se desligou dos quadros partidários para continuar como secretário no governo Reali.