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Consumidores estão menos otimistas com a economia
Karina Nappi
Do Diário do Grande ABC
01/09/2011 | 07:26
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Mesmo com o aumento do poder de compra da população brasileira, em decorrência do crescimento do número de pessoas com carteira assinada no País, o indicador da Confederação Nacional da Indústria sobre confiança do consumidor aponta recuo em agosto de 1,1% ante ao resultado de julho.Na comparação com agosto de 2010, a queda foi ainda maior, de 6,1%.

A entidade destaca que o otimismo do consumidor está cada vez mais distante dos valores registrados em 2010. Em julho, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor caiu 3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Entre as causas estão a desaceleração da economia brasileira, a pressão inflacionária e o temor da crise financeira internacional.

O economista da CNI Marcelo Azevedo relata que a confiança dos brasileiros no ano passado ficou muito elevada por causa da rápida recuperação da economia nacional dos efeitos da crise financeira internacional, que eclodiu em 2008.

"Alguns meses do ano passado, como o de agosto, registraram forte alta nas expectativas. Por isso, o forte recuo no Inec neste mês é natural", explica Azevedo.

Em agosto, a queda na confiança dos brasileiros em relação ao mesmo mês de 2010 ocorreu nos seis componentes do Inec: expectativas em relação à inflação, ao desemprego, à situação financeira, ao endividamento, à renda pessoal e às compras de bens de maior valor.

As reduções mais acentuadas foram nos índices de inflação, que caiu 21%, e de desemprego, que diminuiu 10% neste mês na comparação com agosto de 2010.

Esses dados mostram que as pessoas estão mais pessimistas com o aumento dos preços e do desemprego.

"A preocupação dos consumidores com o aumento da inflação nos próximos seis meses foi a principal razão para a queda na confiança, com 69% dos consultados que acreditam em nova alta da inflação."

Em julho esse percentual era de 61%. Na comparação de agosto com julho, o índice de inflação foi o que teve maior queda. O indicador recuou 6,7% em agosto frente ao mês anterior.

No subitem desemprego, apesar da queda na comparação com agosto de 2010, ainda está muito acima da média histórica, o que confirma manutenção do otimismo em relação à abertura de vagas no mercado de trabalho.

"No ano passado, esse indicador ficou muito elevado porque a tendência era de melhora. Hoje as pessoas ainda acreditam que haverá crescimento nas vagas de trabalho, mas não esperam o aumento elevado como em 2010", explica Azevedo.

O otimismo em relação à situação financeira diminuiu 3,8% e sobre o endividamento caiu 5,7% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Sobre a evolução da própria renda, a queda do índice foi de 2,2%, e sobre as compras de bens de maior valor, o recuo foi de 0,2%. As expectativas para os próximos seis meses também pioraram na mesma análise mensal da CNI.

O índice de evolução da renda pessoal caiu 1,4% e o de endividamento recuou 1,3% no período. Em relação à situação financeira, a queda foi de 0,9%. Enquanto a projeção para compras de bens de maior valor teve alta de 0,9% em agosto frente a julho.

 




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