Política Titulo Irredutível
Maria Inês e Saulo dificultam parceria
Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
20/03/2012 | 07:45
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A executiva estadual do PT acredita na viabilidade da aliança entre a legenda e o PMDB em Ribeirão Pires, mas a postura irredutível dos envolvidos pode jogar um balde de água fria nos planos dos caciques petistas. Os pré-candidatos ao Paço pela oposição, Maria Inês Soares (PT) e o vereador Saulo Benevides (PMDB), não abrem mão de encabeçarem a chapa majoritária.

Os dois são enfáticos ao reiterar suas pré-candidaturas, independentemente das conversas entre as executivas estaduais para repetir o casamento feito em âmbito nacional. "As declarações dele (Saulo) são de que não seria nosso vice. Das poucas vezes que falei com ele, coloquei que o PT e o PMDB poderiam ser aliados e seguir juntos. Mas essa não é uma questão automática", analisa Maria Inês.

Saulo, por sua vez, adota tom mais ofensivo à adversária e acredita que o PT "precisa refletir" sobre suas ações. "Em 2004 eles não fizeram sucessor (após ser prefeita por dois mandatos seguidos, o PV conquistou o Paço) e na eleição passada não conseguiram eleger um vereador", recorda o peemedebista.

O parlamentar destaca que possui pesquisas que demonstram as benesses da aliança entre PT e PMDB, caso ele seja o cabeça da chapa. "Temos rejeição menor do que o PT", avalia. Saulo argumenta que não consegue atrair votos para a chapa petista na posição de vice, mas que o efeito inverso é comprovado. "Definiríamos a eleição dessa forma. Mas, se formos vice, não levaria muito vantagem."

Maria Inês diz que está tranquila em relação à atual conjuntura e salienta que foi Saulo quem buscou o PT para falar sobre composição de vice. "Nunca fomos procurá-lo, toda iniciativa foi dele de chegar e afirmar que deveríamos ir juntos. A ideia dele era ser nosso vice", afirma. O peemedebista rebate ao dizer que não fala com a petista desde abril do ano passado. "Tentei conversar, mas não consegui. Para mim, o PT local já está fechado", avalia Saulo.

A ex-prefeita relata que a discussão de ter o peemedebista na chapa passou pelo crivo da militância. "Esse assunto não estava na pauta do PT. Depois fizemos discussões com as pessoas mais atuantes no cotidiano do diretório", declara. "A ideia não foi rechaçada. Mas a de sermos vice dele, sim", completa.

Maria Inês acredita que enfrentará Saulo nas urnas. "Ele está determinado a sair candidato. Seria incoerência ele se aliar ao Dedé (Edinaldo de Menezes, vice-prefeito e postulante ao Paço pelo PPS com apoio da administração)."

O presidente municipal do PT, Antonio Carlos Pereira de Souza, o Carlão, descarta a possibilidade de se aliar ao projeto que coloca Saulo na cabeça de chapa. "Não vejo esse cenário. O futuro a Deus pertence, mas o pamorama que está posto é que tenha as duas candidaturas", considera.




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