O PSDB de São Bernardo define amanhã se abrirá mão de lançar candidatura própria para apoiar o projeto do deputado estadual Alex Manente (PPS). Ontem, o deputado federal William Dib, o mandatário do diretório tucano, vereador Admir Ferro, e o presidente da Câmara, Hiroyuki Minami, - os três tucanos inscritos nas prévias do partido -, se reuniram para tratar sobre a possibilidade da retirada em bloco das pré-candidaturas.

O empecilho para formalização da parceria é garantia de que Alex assuma compromissos de governo projetados pelo PSDB. Se o popular-socialista aceitar a exigência e pinçar das trincheiras tucanas seu vice, o acordo será oficializado amanhã e apresentado em evento no domingo, como antecipou o Diário. A expectativa é de que o ato tenha a presença do governador Geraldo Alckmin ou de alguém do alto escalão do Palácio dos Bandeirantes.

"O PSDB ficou muitos anos no governo de São Bernardo. Tem experiência administrativa, projeto para cidade que não foi concluído. E gostaria que o PPS assumisse essas prioridades. Se isso acontecer, o PSDB abriria mão de encabeçar a chapa e indicaria o vice", confirmou Dib, ex-prefeito por dois mandatos em São Bernardo e atual coordenador do tucanato no Grande ABC.

Ferro foi mais comedido ao comentar a reunião. O dirigente salientou que, até o momento, nenhum dos três retirou a pré-candidatura protocolada no diretório. Porém, o vereador se mostrou aberto à construção da chapa com Alex de protagonista - até então, o tucano defendia duas candidaturas no primeiro turno, a despeito de afirmar que os projetos tinham norte comum: evitar a reeleição do prefeito Luiz Marinho (PT).

"Temos esse acordo de apoio em caso de segundo turno, agora vamos conversar para chegar a esse entendimento (da parceria valer já no primeiro turno). Vamos conversar e o período de dois dias é satisfatório", avaliou Ferro.

Minami, que havia garantido que sairia da disputa caso Dib ou o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) ingressassem no páreo, admitiu que os três podem deixar o processo para construção de unidade partidária. "No partido buscamos sempre o consenso e com as prévias isso pode não acontecer", disse.

O presidente da Câmara evitou, porém, sacramentar apoio a Alex. "Antes de qualquer coisa, precisamos dialogar, conhecer as propostas. Evidente que o PPS tem sua força, hoje conta com um grande quadro (Alex). Mas acredito que até quarta-feira (amanhã) podemos ter um direcionamento mais concreto nesse sentido."

CHANCES DE VITÓRIA

Dib reconheceu que Alex, hoje, é o nome mais forte para brigar contra Marinho na eleição de outubro. O popular-socialista concorreu ao Paço em 2008, recebeu 49.440 votos, ficou na terceira colocação e foi o fiel da balança a favor de Marinho naquele ano, já que decidiu caminhar ao lado do petista no segundo turno em detrimento da candidatura tucana.