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Carros desvalorizam até 24% em um ano, segundo pesquisa Datafolha
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
27/05/2010 | 07:00
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Ao tirar o automóvel zero-quilômetro da concessionária e usá-lo pelo período de um ano, o consumidor pode perder até 15% do valor pago no veículo. No caso de carros sem a tecnologia flex, a desvalorização pesa ainda mais e chega a 24%. É o que aponta pesquisa inédita da DataFolha que mostra que 248 modelos de carros usados cotados antes e depois da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) tiveram desvalorização.

Toyota, Troller e Volkswagen são as marcas que tiveram o melhor desempenho no estudo, registrando valorização dos carros entre abril de 2009 e março deste ano. Já as francesas Renault, Peugeot e Citroën viram seus automóveis perderem margem de lucro por não investir em motores movidos tanto a etanol quanto gasolina. Como resultado, os veículos encalham nas revendas e perdem até 24% do valor em um ano (veja arte ao lado).

Concessionárias da região afirmam que a desvalorização dos carros é normal por conta da alta oferta de crédito no País e que isso acontece independente da marca escolhida. "A procura por zero-quilômetro é grande. Ultimamente, o cliente leva mais em consideração o valor da parcela do financiamento do que o preço total do veículo. Isso causa desvalorização dos usados, mas é normal", atesta Fernando Prieto Martins, vendedor de loja da rede Renault.

Já Alex Sandro de Paiva, funcionário de concessionária da Peugeot em Santo André, alega que hoje poucos clientes buscam seminovos na rede, fazendo com que os únicos automóveis usados na loja sejam os que são recebidos como parte do pagamento pelo veículo novo. "Cada segmento tem um padrão, cada modelo se comporta de um jeito. Mas a queda nos preços é generalizada", aponta.

O coordenador de seminovos de uma revenda da Ford na região, Silvio Luiz Figueiredo Jorge, diz que a procura por carros flex criou nova tendência no mercado. Mesmo os consumidores que estão de olho nos usados, querem a tecnologia. "Com isso, os veículos abaixo de 2002 perderam até 30% do valor na revenda. O mercado já os absorve com preço menor", alerta.

No caso de carros com mesmo ano de fabricação -, mas um com a opção flex e outro sem -, o coordenador afirma que mesmo com preço menor, o movido a gasolina encalhará. "Mesmo quem faz questão de preço, pensa muito antes de escolher", conta.

Apesar da desvalorização latente, o gerente de vendas de usados de uma concessionária Fiat de Santo André, Jorge Luiz Schaifer, avalia que a volta do IPI fez com que os carros seminovos voltassem a ser competitivos no setor.

Mas, para os veículos mais antigos, há sempre a opção de feirões e promoções, segundo ele. "Os carros de 2002 até 2007 são muito procurados, principalmente os populares com motor 1.0. Veículos mais velhos do que isso demoram, mas também saem", completa.




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