Diarinho Titulo
Movidos pelo islam, não pelo terror
Do Diário do Grande ABC
20/09/2009 | 07:49
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Há alguns dias, o mundo relembrou os oito anos dos atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, que destruíram o World Trade Center, em Nova York, e parte do Pentágono, em Washington, matando mais de 3.000 pessoas.

O ataque aumentou o preconceito em relação aos muçulmanos, já que um dos suspeitos de tramar o atentado foi Osama bin Laden, integrante do grupo radical muçulmano Talibã.

De lá para cá, parece que todas as guerras e manifestações políticas estão ligadas aos muçulmanos. Muita gente pode achar que são terroristas, além de sinônimo de falta de liberdade e de governos autoritários. Na verdade, não é bem assim!

Muçulmano é todo aquele (de vários países e nacionalidades) que segue o islamismo, religião que surgiu no início do século 7, cujo último profeta foi Mohammad (Maomé). A palavra Islam é submissão, o que mostra que todo muçulmano deve seguir e se submeter a Deus, por eles chamado na língua árabe de Alá. Mas também está relacionada à palavra árabe Salam, que significa paz, o que mostra que essa é uma religião pacífica e tolerante.

Perante o islamismo não há diferença entre as classes sociais, entre o pobre e o rico, o subordinado e o soberano, o negro e o branco. Por isso, a religião condena o terrorismo de todas as formas, seja através de uma pessoa, de grupos ou de um Estado, pois a violência significa ofensa sobre o direito dos outros.

Por que se encrencam tanto?

Uma pequena parte dos muçulmanos acredita que deve usar a força e a violência, até mesmo contra inocentes, para se proteger das influências externas e garantir o seu modo de vida.

São os extremistas, pessoas que não hesitam em praticar atos terroristas bárbaros, como as explosões de homens e carros-bomba, imaginando que assim estarão cumprindo a vontade de Alá.

Além disso, territórios de maioria islâmica são riquíssimos em petróleo, recurso cobiçado por outras nações que constantemente interferem na política interna desses países e chegam até a declarar guerra.

Outro fator é que muita gente acredita que o modo de vida e a religião seguida pelos muçulmanos não são compatíveis com valores ocidentais como a liberdade, a democracia e a economia de mercado (sem muito controle do governo). Tudo isso, obviamente, é puro preconceito.

Há muitas diferenças entre o mundo islâmico e o Ocidente, mas há semelhanças também. Quando os iranianos foram às ruas protestar, em junho, contra eleições fraudulentas e um regime de governo onde a suposta vontade divina vale mais que a do povo, eles nada mais estavam fazendo do que lutar pelos seus direitos.

Aliás, muita gente ficou impressionada em ver que um povo culturalmente tão diferente conseguiu driblar a censura e se comunicar com o restante do mundo usando o Twitter e o Orkut (existe um que é só para muçulmanos www.ummaunited.com).

Espalhados pelo mundo

Apesar de ter nascido onde hoje é a Arábia Saudita, no Oriente Médio, o islamismo se expandiu e atualmente cerca de 1,3 bilhão de pessoas professam essa religião em todo o mundo.

É até comum confundir muçulmanos com árabes, mas nem todo árabe é muçulmano, e vice-versa. Menos de um quinto dos muçulmanos vive no Oriente Médio, que além de árabes, abriga turcos, curdos e persas.

O maior país muçulmano do mundo (com 180 milhões de seguidores) é a Indonésia, no sudeste asiático. Também existem comunidades na Índia, China, norte de África e nas Américas. Só no Brasil, vivem cerca de 1,5 mihão, sendo 300 famílias no Grande ABC.

O que diz...

ALCORÃO - Assim como os cristãos possuem a Bíblia, os muçulmanos também têm seu livro sagrado, o Alcorão. Eles seguem série de costumes ditados por Alá através desse livro, e também possuem seu código de leis: a Sharia. Em muitos países islâmicos, como a Arábia Saudita, é comum não separarem a religião da política.

LEIS - Eles seguem algumas leis que, para nós, parecem estranhas como o uso do véu pelas mulheres, que cobrem a cabeça quando estão em público, ou proibir o consumo de certas comidas (como carne de porco) e bebidas alcoólicas.

DEVERES - Os muçulmanos oram cinco vezes ao dia com o rosto voltado para Meca, cidade sagrada da Arábia Saudita; conhecem os livros sagrados; pagam o tributo zakat, usado em obras assistenciais; fazem jejum durante o Ramadã, o nono mês do calendário lunar (que tem 12 meses de 29 ou 30 dias, totalizando 355 dias).




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