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Empresas negociam horário de trabalho durante os jogos da Copa
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
25/05/2010 | 07:50
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Depois das negociações para definir valores das PLRs (Participações nos Lucros ou Resultados), o assunto em pauta nas discussões entre empresas e funcionários da região é o esquema de trabalho diferenciado durante os jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.

Na unidade são-caetanense da GM (General Motors), haverá dispensa dos metalúrgicos conforme o período em que ocorrerão os jogos. Para o embate de estreia com a Coréia do Norte, os mensalistas e o primeiro turno da produção será dispensados às 15h. O horário normal dessa turma do chão de fábrica iria até 15h30. Segundo a companhia, não haverá expediente para o segundo turno, que iria das 15h à meia-noite.

No torneio com a seleção portuguesa, no dia 25, às 11h, será a vez dos trabalhadores do primeiro turno e mensalistas assistirem ao jogo em casa, enquanto a produção no segundo turno funcionará normalmente. Caso a Brasil avance para a próxima fase, o esquema será mantido.

Parte dos 130 funcionários da central de panificação da Padaria Brasileira, que funciona em dois turnos, deverá entrar mais cedo para sair cerca de uma hora e meia antes dos jogos. A fabricação dos pães, iniciada às 5h deverá parar nestes momentos, após as transmissões seguirá normal até as 23h.

O sócio da rede, Antonio Henrique Afonso Júnior, diz que as 11 lojas, que empregam 370 pessoas, vão ficar fechadas durante os jogos. "Como não vendemos bebida alcoólica, preferimos não abrir." Entretanto, nas horas que antecedem a transmissão, as unidades ficam lotadas, fator que compensa o tempo de portas baixadas.

A preocupação de Afonso será em relação às disputas que poderão ocorrer quando o Brasil passar da primeira fase da Copa, pois muitas famílias farão o tradicional churrasco em casa.

No setor de embalagens, a solução estudada pelo diretor Mazurky, Eduardo Batistella Mazurkyewistz, é instalar um telão na linha de produção para os 45 ‘funcionários-torcedores'. "Pensamos em compensar, mas não dá para perder meio período", afirma.

BOM SENSO
Embora as empresas não sejam obrigadas a liberar seus funcionários para acompanhar os jogos do Brasil, o bom senso recomenda que os chefes sejam mais tolerantes nesta época. A operadora de telefonia Oi vai liberar os trabalhadores para acompanhar os jogos mediante compensação no banco de horas.

A mesma política será adotada pela mineradora Vale, que dispensará, para futura compensação, trabalhadores do horário administrativo. No setor operacional, a será analisado caso a caso.

A advogada trabalhista Fabiola Marques diz que apesar da liberação ser vista com bons olhos pelos funcionários, a empresa não é obrigada a tomar essa medida, e pode impor penalidades àquele que faltar ao trabalho, como efetuar o desconto do dia no salário.

Colaborou Leone Farias




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