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Vídeo mostra José Arruda como 'chefe da quadrilha'
29/11/2009 | 07:27
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A subprocuradora da República Raquel Dodge anexou ao pedido de abertura de inquérito da Operação Caixa de Pandora, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), coleção de vídeos que, de acordo com a investigação, revelam em detalhes como funcionava a máquina de arrecadação e distribuição de propina no governo do Distrito Federal. O primeiro dos 30 vídeos expõe o governador José Roberto Arruda (DEM) como suposto ‘chefe da quadrilha', atuando desde o tempo em que era deputado federal, de 2003 a 2006, e depois eleito para o comando do DF.

Segundo apuração da PF, Arruda se beneficiava diretamente da cobrança de propinas em cumplicidade com o governo anterior, de Joaquim Roriz (2003-2006), que lhe teria dado carta branca para operar com o cabeça do esquema, o então presidente da Codeplan (Companhia de Desenvolvimento do Planalto) Durval Barbosa. Depois de ser caixa de campanha de Arruda, Durval assumiu a Secretaria de Relações Institucionais do governo eleito em 2006.

NOTAS DE R$ 100
Na primeira fita entregue pela procuradoria, Arruda aparece recebendo R$ 50 mil, em notas de R$ 100, das mãos de Durval. O dinheiro, conforme apurou a PF, seria para pagamento de despesas pessoais do governador. A investigação indica que a fonte do dinheiro foi a empresária Cristina Boner, do grupo TBA, que o teria repassado a título de ‘pedágio' regular pelos contratos supostamente direcionados por Arruda para a empresa com o então governo Roriz.

"Você podia me dar uma cesta, um negócio aqui...", pede Arruda, alegando que precisa guardar os maços de dinheiro. Enquanto Durval se levanta para buscar um pacote para guardar o dinheiro, Arruda emenda: "Eu tô achando que você podia passar lá em casa, porque descer com isso aqui é ruim." Durval faz sinal de discordância e diz apenas: "Humm? Por quê? Não tem... (Trecho inaudível)". Marcelo Carvalho, diretor do Grupo Paulo Octávio, a maior construtora e incorporadora imobiliária de Brasília, é quem aparece nesses vídeos, recebendo de Durval a cota de 30% que caberia ao vice-governador Paulo Octávio (DEM) na partilha. Apontado como um dos operadores, caberia a Carvalho distribuir valores arrecadados para pagamento de deputados distritais da base aliada para aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF. O governador Arruda não quis se manifestar.

As 30 fitas foram entregues no primeiro depoimento, prestado por Barbosa em 17 de setembro, quando ele aceitou a oferta de se tornar réu colaborador em troca de benefícios pelos mais de 20 processos a que responde na Justiça.




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