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Coral monta revendas exclusivas
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
29/03/2003 | 23:53
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  Depois de uma experiência piloto no sul do país, a Tintas Coral, com sede em Mauá, vai fortalecer neste ano a estratégia de montar pontos de venda exclusivos, com a abertura de lojas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A intenção da empresa é abrir de 30 a 40 revendas, chamadas rede Lojas Cor.

Segundo maior fabricante de tintas decorativas no país, com 25% do mercado, a companhia quer principalmente fidelizar o cliente, ao apresentar em um mesmo local a gama completa de 850 itens que possui e ainda oferecer serviços diferenciados, como cursos e ambientação de projetos, nos estabelecimentos.

O projeto piloto foi iniciado há três anos. Hoje, a empresa tem 26 lojas exclusivas, que se concentram no Rio Grande do Sul e em estados do Nordeste. Segundo o gerente de marketing, Amauri Fiani, a rede ainda é uma parcela pequena do total do faturamento. “Temos mais de 8 mil clientes (entre lojas de material de construção, tintas e casas de ferragens)”, disse.

A rede Lojas Cor não é uma franquia, mas uma parceria com o revendedor, em que a empresa escolhe lojistas com boa performance e os convida a abrir uma loja exclusiva em área próxima ao município onde atuam e onde a fabricante tenha participação pequena em vendas. O comerciante investe em obras e no ponto comercial e a indústria arca com gôndolas, ambientação, máquina tintométrica e outros serviços. A Coral investe por loja entre US$ 15 mil e US$ 20 mil, segundo o gerente.

Fiani afirmou que a rede Lojas Cor atrai um público de maior poder aquisitivo, que compra principalmente a linha premium. Mesmo pessoas de menor renda, segundo ele, consomem mais, em função do leque de itens e serviços oferecidos. A companhia estima um tíquete 30% a 40% maior que em outros tipos de lojas e o retorno do investimento do lojista é projetado para um ano e meio.

A região ganhou recentemente uma Loja Cor. O comerciante Ambrozio Gimenez Galbiatti, que tem há 17 anos a Pirâmide Tintas (não exclusiva), em São Caetano, foi convidado e abriu um ponto da marca, em São Bernardo, na rua Frei Gaspar. “Deveremos ter o retorno antes do tempo previsto”, avalia.

O estabelecimento de Galbiatti, com 280 m², insere-se no padrão estabelecido pela rede, de oferecer um ambiente de auto-serviço, para o cliente poder transitar entre as gôndolas e conhecer a variedade de itens. Além das tintas, o local promove cursos gratuitos para os clientes, para orientar sobre os lançamentos e aplicações especiais. Segundo o lojista, a procura para as aulas tem sido grande e só há vagas para maio.

O setor de tintas e vernizes para revenda, que compreende as de uso na construção civil e as de repintura automotiva, cresceu no ano passado 4,8% em volume, totalizando 212,3 milhões de litros vendidos, de acordo com a Sitivesp (Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado).

Se observado só o segmento de tintas para a construção civil, que representa mais de 90% do mercado de revenda, a expansão foi de 5,6% (total de 199,3 milhões de litros) enquanto a área de repintura teve ligeira queda (4,4%).

Já o setor de tintas para uso industrial ficou estável (-0,4%) em volume, com 85,3 milhões de litros. No geral da atividade, englobando revenda e utilização industrial, a alta foi de 3,3%. Se em consumo houve crescimento, em faturamento a atividade teve queda de 4,6%, de US$ 1,73 bilhão para US$ 1,65 bilhão. Mas é preciso observar que a oscilação cambial (52% de alta) no ano passado ficou bem acima da inflação (12,5%, de acordo com o IPCA).




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