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Schumacher vence e chora; bombeiro morre
Flavio Gomes
De Monza, para o Diário
10/09/2000 | 21:02
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  Faltou corrida, sobrou emoçao e tragédia neste domingo em Monza. A 14ª etapa do Mundial de Fórmula 1 foi vencida por Michael Schumacher, da Ferrari, que nao ganhava um GP havia quase três meses. O alemao desabou em lágrimas pelo resultado, pela festa da torcida, pela recuperaçao no campeonato e, principalmente, por ter chegado a 41 vitórias na Fórmula 1, empatando com Ayrton Senna nas estatísticas da categoria.

A tragédia foi a morte de um bombeiro de pista, Paolo Ghislimberti, 33 anos, atingido na cabeça pela roda de um carro no acidente múltiplo que tirou seis carros da corrida na primeira volta, inclusive o brasileiro Rubens Barrichello. Foi uma batida na Variante della Roggia, a segunda chicane do circuito, causada por Heinz-Harald Frentzen, da Jordan. Desde 1º de maio de 1994 ninguém morria na F-1. O último foi Ayrton Senna, em Imola.

Frentzen era o sexto colocado e tentou passar Rubens Barrichello, que largara mal e tentava recuperar uma posiçao colocando seu carro ao lado de Jarno Trulli, também da Jordan. O alemao julgou mal a freada e acertou a Ferrari de Barrichello por trás. Ambos rodaram, levando junto Trulli e a McLaren de David Coulthard.

Pedro de La Rosa, da Arrows, perdeu a visibilidade com a poeira levantada pelos carros à frente, tocou com a roda dianteira na traseira do BAR de Ricardo Zonta, decolou, arrebentou a traseira do Jaguar de Johnny Herbert e capotou, indo parar sobre a Ferrari de Barrichello. Foi um caos. Poucos metros antes, Eddie Irvine já tinha ficado na primeira chicane, a que os pilotos mais temiam na largada.

O safety-car entrou na pista imediatamente e só saiu na 11ª volta, quando a prova foi reiniciada. Nao sem antes um outro acidente, de Jenson Button. O inglês da Williams notou que Schumacher, liderando o pelotao, tinha acelerado (para frear logo depois e aquecer os freios), acelerou também e, inexperiente, quase encheu a traseira de Jacques Villeneuve, da BAR. Desviou, bateu no guard-rail e na curva seguinte, a Parabólica, saiu da pista e bateu de novo.

Assim, o GP da Itália começou para valer com 14 carros na pista. Schumacher dominou a prova de ponta a ponta, deixando de liderar apenas depois de seu único pit stop, na volta 39. Mika Hakkinen assumiu o primeiro lugar, mas três voltas depois também parou, voltou em segundo e assim foi até o fim. Ralf Schumacher, da Williams, terminou em terceiro, herdando o lugar com a quebra de Villeneuve na 15ª volta. Jos Verstappen foi o quarto, com Alexander Wurz, da Benetton, em quinto, e Ricardo Zonta, da BAR, em sexto.

Mas tudo isso ficou em segundo plano com a morte de Ghislimberti, um voluntário encarregado de operar o extintor de incêndio na Roggia. Ele era casado e sua mulher está no quinto mês de gravidez. Atendido na pista pelos médicos, foi levado de ambulância para um hospital em Monza, onde cerca de uma hora e meia depois da corrida foi declarado morto.




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