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Caso Wladomiro é enviado para o Ministério Público
16/12/2004 | 22:31
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A Justiça Federal enviou nesta quinta-feira o inquérito do Caso Waldomiro Diniz para o Ministério Público Federal dar seu parecer. O procurador da República José Robalinho Cavalcante tem um prazo de até 30 dias para decidir se oferece ou não denúncia contra os acusados, o próprio Waldomiro, o empresário paulista Rogério Buratti – ambos por tráfico de influência e extorsão – e o jornalista Etelmino Pedrosa, indiciado por falso testemunho.

Caso sejam condenados pelos dois crimes, Waldomiro e Buratti podem pegar até oito anos de prisão. Waldomiro é acusado de ter se aproveitado do cargo que ocupava, a sub-chefia de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, para influir na renovação do contrato entre a Caixa Econômica Federal e a multinacional Gtech para operação da rede de loterias do país. Para tanto, teria forçado a contratação de Buratti como consultor, por R$ 6 milhões, para intermediar o negócio.

A pena para Etelmino é de um a três anos de reclusão. O inquérito foi concluído na última quarta-feira, após dez meses de investigações e entregue à 10ª Vara da Justiça Federal. Waldomiro foi demitido em fevereiro deste ano por improbidade administrativa, após a divulgação de uma fita de vídeo em que ele aparece cobrando propina do bicheiro Carlos Cachoeira, quando era presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio), em 2001.

Assessor de Cachoeira e um dos responsáveis pela gravação do vídeo, Mino, conforme o delegado Antônio César Nunes, teria se recusado a colaborar com as investigações. O jornalista alega que compareceu aos interrogatórios munido de habeas-corpus para se resguardar de arbitrariedades do delegado. Os advogados dos três aguardam o parecer do Ministério Público para decidir se entram com recursos para revogar o indiciamento.

Surpresa – As diretorias da Caixa e da Gtech ficaram surpreendentemente de fora da denúncia do delegado Nunes, que alegou que, erros iniciais na condução das investigações, teriam acabado beneficiando os acusados.

Em nota divulgada nesta quinta-feira, a diretoria da Gtech afirma que a conduta da empresa na renovação do contrato foi apropriada. Diz também que a empresa cooperou com as investigações e seus funcionários responderam a todas as questões. "A empresa reafirma também a posição de que foi vítima de tentativa de extorsão", diz a nota.

Segundo a Gtech, a conquista do contrato com a Caixa, pelo qual recebe uma comissão de cerca de R$ 650 milhões anuais, deve-se à sua capacidade técnica, "atestada também em mais de 45 países onde presta serviços". A empresa diz ainda na nota que confia na Justiça brasileira e que continuará prestando todos os esclarecimentos sempre que oficialmente solicitada.

Por fim, alega na nota que tem orgulho de gerar empregos no Brasil e de ter feito até hoje investimentos de mais de US$ 240 milhões no país. "A empresa está empenhada em apoiar os esforços da Caixa para fornecer ao governo uma fonte crescente e sustentável de recursos e de prestação de serviços para a população brasileira, agora e no futuro", conclui.




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