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ONGs protestam contra canil em São Bernardo
Do Diário do Grande ABC
18/07/2004 | 22:09
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  Cerca de 200 pessoas participaram neste domingo de manifestação em frente ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de São Bernardo para protestar contra o tratamento dado aos animais abrigados no Canil Municipal que, segundo eles, é um dos piores do país. Os organizadores informaram que esse tipo de manifestação ocorreu simultaneamente em vários Estados brasileiros.

A passeata saiu do Paço Municipal e foi até o CCZ. “Paramos em frente ao canil e fizemos uma oração pelos animais mortos e pelos que ainda morrerão nesse lugar”, explicou Arlete Deluca Martinez, integrante da SAVA (Solidariedade à Vida Animal), entidade organizadora da manifestação, junto com o Fórum Nacional de Defesa e Proteção ao Animal. Segundo Arlete, cerca de 20 ONGs (Organizações Não-Governamentais) de todo o Estado participaram do protesto.

O ajudante de cozinha Diogo Ramos, 19 anos, veio de São Paulo para a passeata. “Eu queria alertar a população de São Bernardo contra o tratamento que o CCZ está dando aos animais”, falou.

Luiz Icalea, da ONG Apasfa (Associação Protetora dos Animais São Francisco de Assis), afirmou que já esteve dentro do canil e constatou várias irregularidades. “Há animais sem comida, sem água, no meio da sujeira. Os cães ficam todos juntos e podem se machucar, enquanto que os gatos ficam engaiolados”, disse. “Queremos tratamento mais justo para os eles”.

A principal reivindicação dos manifestantes é o fim do sacrifício que, de acordo com lei municipal, deve acontecer após três dias da entrada do animal no canil. “A prática de captura e extermínio é ineficaz. O governo mata 100 e nascem 5 mil”, afirmou Feliciano Nahimy, presidente da UPA (União Protetora dos Animais) de Campinas, no interior do Estado.

Segundo Nahimy, o ideal seria que a Prefeitura adotasse uma política de castração. “Com o dinheiro que se gasta na captura, confinamento e sacrifício de um só animal poderiam ser castrados oito fêmeas e 16 machos.”

Para Silvia Lakatos, da ONG Projeto Focinhos Gelados, as políticas públicas deveriam ser diferentes. “Seria necessário estabelecer um programa de posse responsável e incentivo à adoção de animais abandonados. Juntando a isso uma campanha que conscientize a população a não abandonar seus bichos de estimação, para que eles não caiam num CCZ”, disse.

A Prefeitura de São Bernardo, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que já tem um programa de esterilização em parceria com a ONG Gama (Centro de Apoio aos Animais Maltratados e Abandonados) e outro de adoção de animais. A assessoria também divulgou que 90% dos animais do CCZ de São Bernardo foram levados até lá pela população e que a Prefeitura já está trabalhando em projetos de conscientização para diminuir a taxa de abandono.




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