A afirmaçao foi feita na noite desta quarta através dos canais a cabo TN e América 2, assim como pelos microfones da Rádio América.
A sugestao foi feita uma semana depois do acordo selado entre Londres e Buenos Aires para que argentinos viajem às Malvinas e também para o reinício dos vôos entre o continente e o arquipélago, com o apoio da maioria da oposiçao política, embora critcado por outros setores.
Di Tella explicou à jornalista que o entrevistava: ``Vou dizer-lhe uma coisa que pode surpreender um pouco, mas tenho de dizer. A Constituiçao estabelece objetivos máximos, que sao os que obrigam. Eu acho que, no final, temos de insistir em que estamos dispostos a discutir posiçoes flexíveis'. Ele acrescentou que o presidente falou da possibilidade da bandeira dupla, da possibilidade de soberania compartilhada, fórmulas que nao coincidem com as constitucionais, mas a Constituiçao pode ser mudada se necessário. Em sua opiniao, ``vamos ter de pensar a longo prazo em alguma soluçao, que acredito que existe, embora todos nao terminemos enfóricos, mas satisfeitos de ambos os lados'.
A ``soberania compartilhada' ou ``bandeira dupla' nas Malvinas é contrária à cláusula transitória primeira da Constituiçao reformada em 1994. Esta cláusula diz que ``a Naçao Argentina ratifica sua legítima e imprescritível soberania sobre as Ilhas Malvinas, Geórgias do Sul e Sandwich do SuL e os espaços marítimos e insulares correspondentes por ser parte integrante do território nacional'.
Por outro lado, consultado sobre os gastos que o Reino Unido precisa fazer para manter a fortaleza militar no arquipélago, o ministro assinalou que ``é um pouco patético neste momento e, mesmo com o nível de entendimento político alcançado, ainda mantêm um gasto de defesa que nao tem sentido'. ``Semeamos e o tempo dirá', refletiu, para lembrar que o acordo ``está feito sob a fórmula do guarda-chuva', que proíbe abordar o tema da soberania.
Ele destacou sobre a reclamaçao argentina de soberania plena, que ``agora começou um processo e depende das partes sua evoluçao. É um assunto muito difícil'. Além disso, defendeu a eventual mudança de denominaçao que os argentinos dao à capital das ilhas, Puerto Argentino (Stanley para os malvinenses), mas insistiu em que ``isto nao afeta em nada o nome de Malvinas, que nao está em discussao'.
Di Tella admitiu que a denominaçao de Puerto Argentino ``irrita' porque ``lembra o desembarque (de 1982) e porque foi o resultado de um ato autoritário de (o ex-presidente de fato, Leopoldo) Galtieri'.
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