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Jurista diz que julgamento do STF comprova existência do 'Mensalão'
Do Diário OnLine
Com Agência Brasil
29/08/2007 | 15:09
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O jurista Miguel Reali Júnior disse nesta quarta-feira que a aceitação da denúncia no STF (Supremo Tribunal Federal) contra os 40 acusados de participar do escândalo do ‘Mensalão’ (espécie de ‘mesada’ paga a parlamentares da base aliada para que votassem a favor de projetos de interesse do governo) confirma a existência do esquema fraudulento.

“Todo um esquema que prevaleceu na vida política brasileira e definiu os critérios de relacionamento entre Executivo e Legislativo foi confirmado”, afirmou. Na avaliação dele, o voto do ministro Joaquim Barbosa, relator do caso no STF, indica que era fantasioso o argumento de alguns envolvidos de que se tratava apenas de um esquema de caixa-dois.

“Não é uma sentença condenatória, mas é uma confirmação da existência de um esquema por via do qual o Executivo se relacionava com o Legislativo para obter uma base parlamentar com base na boca do caixa, no dinheiro vivo saído dos bancos e das corretoras para lideranças partidárias ou para seus assessores. E esse é o impacto, porque efetivamente se desfaz toda aquela contra-propaganda que foi feita no sentido de que se tratava de uma versão”, assinalou Reali.

Para o jurista, há uma expectativa da sociedade em torno do caso desde o final da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios, que tratou do ‘Mensalão’, e cabe agora ao STF agilizar a tramitação do processo.

“O Supremo não está destinado a esse tipo de processo, a não ser excepcionalmente. Ele tem que transformar agora essa excepcionalidade em prioridade para dar resposta à nação, porque os fatos são de elevadíssima gravidade e qualquer morosidade pode significar uma impunidade que o Supremo não quer carregar como mancha da sua existência”, afirmou. Ele prevê que o julgamento do processo dure cerca de um ano e meio.




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