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Abrir negócio requer planejamento antecipado de cerca de 18 meses
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
11/03/2010 | 07:00
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Pelo menos uma vez na vida todo mundo já pensou: e se eu largar tudo e abrir um negócio próprio? Ou então, ao ser despedido da empresa onde se trabalhou anos e, portanto, ter um bom dinheiro a receber, não é raro passar pela cabeça investir em algo seu e nunca mais depender de patrão.

Acontece que, na maioia das vezes em que um pequeno negócio não dá certo, especialistas apontam que isso ocorre por falta de experiência no setor ou ausência de planejamento e de aporte de recursos para assegurar o investimento até que a empresa se consolide no mercado.

"O ideal é investir no segmento que o empresário conheça bem, pois ele já estará familiarizado com que equipamento comprar, qual a estrutura necessária para dar suporte à empresa, quantos funcionários contratar. Isso tudo vai ajudar a estimar o capital necessário para que o negócio não quebre", alerta José Roberto Rodrigues Silva, analista da regional do Grande ABC do Sebrae-SP. Ele ressalta, ainda, que se o empresário já está em uma situação crítica de recursos, como ele é novato no mercado, dificilmente conseguirá crédito junto ao banco.

O consultor Emerson Castello Branco Simenes, proprietário da CBS Consultoria, complementa que é necessária a figura do contador não somente para abrir a empresa como para cuidar da manutenção. "Normalmente quem se aventura em abrir o próprio negócio está preocupado em quanto vai ganhar, mas não em quanto vai gastar. E o contador pode organizar a questão do pagamento de impostos e das despesas fixas", orienta Simenes.

Antes de seis meses a empresa não consegue espaço no mercado. E, por pelo menos 18 meses, ela terá basicamente despesas e cobrirá apenas o necessário para sustentá-la, sem render remuneração ao empresário.

Silva ressalta a necessidade de se focar no público-alvo para evitar de mirar no mercado querendo atender a todos e não atendendo a ninguém. "É preciso, ainda, definir se o seu produto terá alto ou baixo valor agregado, e para então estabelecer a que tipo de renda ou consumo seu consumidor terá de ter."

Outro ponto que deve ter atenção redobrada é o fato de ter apenas um cliente e julgar que é o suficiente para trabalhar autonomamente. Se ele dispensar seus serviços, a empresa fica ‘a ver navios'.

A concorrência também é fator primordial, pois se o empresário não levar em conta que em sua vizinhança ou área de atuação existe outro atuante com clientela fidelizada, ele tem muitas chances de simplesmente não vender.

Simenes lembra que, se o empresário tiver mais recursos, vale investir em uma franquia, pois o negócio já vem pronto e com carteira de clientes ativa. "Ou então, se for aplicar em um empreendimento já existente, certifique-se de que o negócio não está ruim. Pense com a razão e não com a emoção e não se precipite. Se tiver de ser seu, ele será. Isso é dinheiro de uma vida inteira, e se der errado, você nunca vai esquecer", diz.

Se a empresa sobreviver pelo primeiro ano, será a prova de que ela conhece o mercado em que está atuando. Se completar o segundo aniversário, é sinal de quem ela conseguiu vingar.

Silva, do Sebrae, chama a atenção para o item sociedade. "É fundamental estipular as regras sobre como será conduzida a sociedade e qual é o papel de cada um deles na empresa, além de como serão remunerados". Para o analista, o ideal é que se faça um contrato e registre em cartório.

Quanto a divulgação, Simenes alerta que é preciso analisar se serão utilizados panfletos, imãs de geladeira ou se será preciso uma assessoria de imprensa. "É importante que a divulgação seja feita antes, para chamar a atenção."

Empresários que tenham dúvidas sobre como abrir seu próprio negócio podem procurar pela unidade do Sebrae na região pelo telefone 4990-1911 ou se dirigindo à Rua Cel. Fernando Prestes, 47, Centro, Santo André.




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