A eventual permanência no cargo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no governo da presidente eleita Dilma Rousseff traz, num primeiro momento, preocupações para o mercado e relação ao lado fiscal. A afirmação é do diretor para America Latina do Eurasia Group, Christopher Garman.

Ou seja, para o executivo, a manutenção de Mantega no governo poderia ser lida pelo mercado como sinal ruim de que os gastos públicos vão continuar a crescer.

De qualquer modo, Garman diz que são cada vez mais fortes os sinais de que o atual ministro da Fazenda) ficará no futuro governo do Brasil.

 "Mudei minha aposta de que Coutinho (Luciano Coutinho, presidente do BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social)  poderia assumir a Fazenda esta semana. Acho que Mantega tem lutado para permanecer no cargo e a tendência é que ele fique", disse o representante do Eurasia.

VISÃO DO MERCADO

Para ele, o ministro é visto mais como um "gastador", enquanto Coutinho daria mais sinais na direção de controle de gastos.

 "Mantega continuar no cargo traz preocupação para o mercado em relação ao lado fiscal", disse. Contudo, Garman não acha que o fato de Dilma se mostrar disposta a caminhar no esforço para o controle de gastos atenua os riscos que o ministro da Fazenda poderia significar na questão fiscal.

Os sinais de que Mantega ficará no ministério, como gostaria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram ficando claros na viagem que os três fizeram juntos a Seul para participar do G20. O ministro da Fazenda esteve ao lado da presidente eleita nos últimos quatro dias e as declarações de Dilma Rousseff estiveram em perfeita sintonia com a posição atual do governo. (da AE)