O ex-presidente da República, que pediu para ser esquecido, foi duro com ACM: "Nunca confiei em bajuladores como o Antonio Carlos Magalhaes, um dos mais vitoriosos carreiristas deste país. No governo Geisel, era um bajulador do presidente e do regime. Conseguiu ser indicado governador biônico (da Bahia)". E aproveitou para alfinetar também o ex-governador de Sao Paulo Orestes Quércia (PMDB): "Antônio Carlos era bem tratado como o Quércia porque era útil ao regime". Ele incluiu entre os oportunistas seu vice-presidente, Aureliano Chaves, e o ex-governador do Rio de Janeiro e atual deputado federal Moreira Franco (PMDB).
Com o ex-presidente e atual senador José Sarney, Joao Figueiredo foi implacável: "Sempre foi um fraco, um carreirista. De puxa-saco passou a traidor. Por isso nao passei a faixa presidencial para aquele pulha. Nao cabia a ele assumir a Presidência". Figueiredo se referia ao fato de Sarney ter abandonado o barco do regime militar depois de ter sido presidente da Arena, o partido do governo, para se aliar à oposiçao, que lançou Tancredo Neves no Colégio Eleitoral.
Na sua opiniao, quem deveria ocupar o lugar de Tancredo era Ulysses Guimaraes, como presidente da Câmara dos Deputados.
O general Figueiredo, no entanto, nao tinha opiniao favorável a Ulysses: "Eu nao gostava dele. Ulysses pedia dinheiro a empresários para suas campanhas no início da carreira. Era tao radical contra a revoluçao de 1964 como eu fui papa". Em relaçao ao atual vice-presidente da República, Marco Maciel, ele fazia essas consideraçoes: "Pelo menos ele ia sempre pedir a bênçao do general Geisel, mas nunca se corrompeu".
Ao comentar a venda da Companhia Vale do Rio Doce, Joao Baptista Figueiredo fez críticas ao processo de privatizaçao conduzido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. "Se a privatizaçao da Vale do Rio Doce fosse feita no meu governo, diriam que era coisa da ditadura, autoristarismo. Mas a sociedade foi ouvida? Fizeram um plebiscito? Os japoneses têm interesse na área da Vale, os norte-americanos também. Vao desmontar a estrutura do Estado," disse.
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