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Karami encerra consultas para gabinete sem convencer a oposição
Da AFP
15/03/2005 | 18:07
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O primeiro-ministro libanês pró-sírio, Omar Karami, encerrou nesta terça-feira suas consultas para a formação de um novo governo sem conseguir convencer a oposição a integrá-lo, enquanto que os serviços de inteligência sírios começaram a se retirar de Beirute. A Casa Branca qualificou de "passo na direção certa" o início da retirada síria do Líbano, mas pediu novamente a saída total das tropas antes das eleições legislativas, previstas para maio.

Karami não conseguiu obter a participação da oposição no governo de união nacional que deseja formar, mas reafirmou a intenção de continuar o diálogo sobre as reivindicações da oposição.

Esta, cujos partidários convocaram na segunda-feira uma gigantesca manifestação em Beirute com o comparacimento de um milhão de pessoas, exige o afastamento do promotor-geral e dos chefes de seis serviços de segurança libaneses, além de uma investigação internacional sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri.

Antes de ser recebido por Karami, como representante da oposição, o deputado Farès Suaid avisou que estas reinvindicações não eram negociáveis.

A formação de uma comissão internacional será decidida depois do dia 24 de março, quando a equipe da ONU (Organização das Nações Unidas) que foi ao Líbano recolher informações sobre o assassinato de Hariri terá enviado seu relatório ao secretário-geral, Kofi Annan.

O líder da equipe da ONU, Peter Fitzgerald, informou o presidente pró-sírio Emile Lahud do fim de sua missão. Fitzgerald deve viajar na quarta-feira a Dublin, e em seguida a Nova York, para entregar seu relatório a Annan.

De acordo com analistas políticos, o afastamento dos chefes dos serviços de segurança e do promotor-geral Adnan Addum, ministro da Justiça demissionário, é uma exigência impossível de cumprir pelo já enfraquecido poder pró-sírio. "Os sete homens cuja cabeça é pedida pela oposição são quase todos oficiais do exército e próximos colaboradores de Lahud", explicou um deles. "Tal exigência equivale a pedir a Lahud um suicídio político", escreveu o jornal pró-sírio 'As-Safir'.

O principal líder da oposição, o druso Walid Jumblatt, manifestou o desejo de que o exército sírio, que prossegue com sua retirada do Líbano, leve Lahud com ele. Outros deputados também pediram ao presidente que se demita.

Uma nova manifestação foi registrada nesta terça-feira, convocada desta vez por movimentos juvenis dos partidos aliados de Damasco para protestar contra a política americana.

Cerca de dez mil pessoas se congregaram perto da embaixada dos Estados Unidos em Awkar, ao norte de Beirute, clamando: "Os Estados Unidos são o grande Satã" e "Os Estados Unidos são a pátria do terrorismo".

Em Beirute, os serviços de inteligência sírios aceleraram seus preparativos de retirada dos três edifícios que ocupam, enquanto que as tropas sírias prosseguiam com sua retirada e seu deslocamento ao leste do Líbano.

Em Damasco, os presidentes sírio, Bachar al-Assad, e egípcio, Hosni Mubarak, concordaram em que a questão libanesa seja estudada durante a próxima reunião de cúpula árabe em Argel, apesar de este tema não estar incluído oficialmente na agenda da conferência, segundo uma fonte diplomática.




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