A bancada do PT na Câmara de São Bernardo protocolou ontem ofício para suspender a licitação de reforma do prédio legislativo. Os petistas contestam ausência de discussão sobre a obra, que consumirá R$ 36 milhões do Orçamento da Casa entre 2011 e 2012. O processo licitatório está aberto desde julho e tem previsão de encerramento na sexta-feira.

Líder do grupo petista no Legislativo, o vereador José Ferreira exigiu que o presidente Hiroyuki Minami (PSDB) faça reunião com todos os parlamentares antes de dar continuidade na licitação. "Não sabíamos que o valor era esse. A princípio era para ser apenas uma reforma, e não uma construção deste tamanho. Para piorar, o presidente só nos comunicou da mudança na primeira sessão do semestre."

O documento protocolado na Casa será analisado pela mesa diretora e só será acatado com aval de Minami. Na semana passada, o tucano garantiu que não havia comunicado os demais vereadores sobre a grandiosidade da intervenção justamente por não ter organizado reuniões sobre o tema. Porém, disse que a saúde financeira da Câmara permite a reforma sem abalar a economia legislativa.

Para os petistas, o principal ponto de discordância não é a majoração do valor da reforma, antes projetada em R$ 10 milhões. A divergência está na falta de diálogo com os vereadores. "Não tem nem como a gente falar de verba porque não sabemos se essa construção é de fato abusiva ou não. Mas gostaríamos de ter sido convidados a debater essa questão", reforçou Ferreira.

O vereador Tião Mateus (PT) contestou também os benefícios da obra para construção do plenário, setores administrativos e salas de reuniões em 8.000 metros quadrados. "O presidente tem de nos mostrar o que essa reforma trará de positivo para a população de São Bernardo. Não adianta fazer obra deste porte sem trazer algo positivo para a cidade."