Política Titulo Editorial
Jogo de empurra
Do Diário do Grande ABC
25/03/2017 | 10:29
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Arte/DGABC


Habitantes de bairros populosos de Mauá – como Parque das Américas, Jardim Feital, Jardim Zaíra e Jardim Sonia Maria – têm reclamado com frequência das torneiras vazias. Na cidade, o abastecimento é feito por autarquia municipal, a Sama, que compra a água que distribui aos mauaenses da empresa paulista Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). A presença de dois agentes distintos no sistema reavivou antigo jogo de empurra, colocando município e Estado em lados antagônicos do ringue, que em nada auxilia na resolução do problema da comunidade.

Depois de ouvir os reclamos da população, o prefeito Atila Jacomussi (PSB) foi ontem à Capital denunciar a situação. Nas mãos, carregava planilhas que mostravam redução no envio de água da Sabesp para Mauá. De acordo com o chefe do Executivo, a empresa reduziu o fornecimento de 1.300 para 1.000 litros por segundo, ação motivada por dívida contraída pelo antecessor, Donisete Braga (PT). Ouvida, a companhia nega a versão, garantindo a manutenção da vazão.

Difícil saber quem está com a razão. A Sabesp, de fato, tem o controle e pode ajustar o volume de envio de água a qualquer critério – a antiga administração andreense, encabeçada por Carlos Grana (PT), por exemplo, passou quatro anos dizendo que a escassez no município se dava porque a companhia ligada ao governo do Estado mandava quantidade menor que a demandada pela população.

Se não há elementos para se duvidar da palavra da Sabesp, que garante ter mantido o volume de água enviado à Sama, o mesmo se pode dizer de Atila Jacomussi. Certamente o prefeito não acusaria a empresa se, de fato, faltassem razões. Como a sociedade tem reclamado bastante da intermitência no abastecimento, resta saber qual dos dois lados está equivocado – para dizer o mínimo. Há nítido jogo de empurra entre as partes, que deve ser superado em nome do interesse público. Para que a população receba produto de qualidade na torneira, sempre que abri-la, companhia e município têm de falar a mesma língua.




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