Até segunda-feira, quando foi preso por policiais do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcotráfico), Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, freqüentava a alta sociedade da Baixada Santista. Costumava ser visto desfilando em carros de luxo. Vivia rodeado de amigos e procurava passar a imagem de empresário bem-sucedido. Agora, Naldinho está em uma cela na Penitenciária 1 de Franco da Rocha, na Grande São Paulo. O presídio é um dos poucos não dominados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele foi transferido para lá justamente por estar jurado de morte pela principal facção criminosa paulista, sob a acusação de ter participado, em 2002, da matança de sete pessoas na Baixada Santista.

Nesta quarta, policiais do Denarc encontraram uma foto de Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, ao lado de Naldinho, apontado como um dos maiores traficantes de São Paulo. Além de Naldinho, na foto aparecem outros três homens, dois vestindo camisas do Santos Futebol Clube. A imagem de seus rostos foi preservada a pedido da polícia. A foto estava na zona Leste da capital paulista, no escritório de uma das quatro revendedoras de Naldinho. No local havia várias camisas do Santos autografadas por jogadores.

Mortes – Naldinho era ligado a Sandro Henrique da Silva Santos, o Gulu, considerado o número 2 do PCC. Gulu foi enforcado em 28 de abril na Penitenciária 2 de Mirandópolis, no oeste do Estado. A execução de Gulu foi o estopim da nova guerra interna do PCC. Além dele, 15 detentos foram assassinados na prisão. Nas ruas da Baixada Santista foram mortas pelo menos mais 15 pessoas. Uma delas era Marco Aurélio da Silva Santos, o Cabeça, irmão de Gulu. Outra recente vítima foi Marcelo Trindade Benedicto, apontado como braço direito de Naldinho. Dois amigos dele haviam sido assassinados dias antes. Segundo a polícia, a maioria dos mortos, tanto nas ruas como nas penitenciárias, era da Baixada Santista.