Política Titulo Polícia Federal
Operação da PF atinge empresário de Mauá

Investigação teve como alvo proprietário do
Frigorífico Larissa, candidato a deputado em 2010

Por Humberto Domiciano
do Diário do Grande ABC
18/03/2017 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


A PF (Polícia Federal) realizou ontem a Operação Carne Fraca, que teve como objetivo desarticular suposta organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Um dos alvos da diligência foi o empresário Paulo Rogério Sposito, o Paulinho Larissa, proprietário da empresa Frigorífico Larissa, sediada em Mauá.

De acordo com a TV Globo, o mandado de prisão preventiva contra Paulinho teria sido cumprido. O empresário foi candidato a deputado federal em 2010, está filiado ao PPS no município (à época convidado pelo deputado federal Alex Manente) e tem bom relacionamento com a classe política da cidade – recebeu título de cidadão mauaense das mãos do ex-vereador Wagner Rubinelli. Fontes ligadas ao diretório municipal do partido informaram que o Paulinho está afastado da política partidária nos últimos anos.

Segundo o despacho da 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, o Frigorífico Larissa teria cometido, em sua filial no município de Iporã, no Paraná, procedimentos ilegais como emissão de notas fiscais falsas (faturamento de produto congelado como se fosse in natura, com o objetivo de pagar menos impostos), permissão de procedimentos fora das normas técnicas agropecuárias (transporte de produtos fora da temperatura adequada, troca de etiqueta de produtos) e a comercialização de mercadorias fora do prazo de validade.

A investigação teve início após denúncia de um servidor do Ministério da Agricultura sobre possíveis irregularidades na fiscalização de abatedouros e frigoríficos no Paraná. Segundo o despacho da Justiça, outras empresas cometeram procedimentos ilegais, como a utilização de quantidades de carne muito menor do que a necessária na produção de seus produtos, complementados com outras substâncias, a utilização de carnes estragadas na composição de salsichas e linguiças, além de maquiagem de carnes estragadas com ácido ascórbico.

O relatório da Justiça aponta que o mesmo procedimento ocorreu em outros cinco Estados, mais o Distrito Federal – São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.

A operação teve expedidos 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão, em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso.

Foi citada ainda no despacho a participação das empresas Big Frango, BRF (Brasil Foods), Dagranja, Fratelli EH Constantino, Frango a Gosto, Frigobeto, Frigomax, Frigorífico 3D, Frigorífico Argus, Frigorífico Oregon, Frigorífico Rainha da Paz, Frigorífico Souza Ramos, JBS (Friboi), Mastercarnes, Novilho Nobre, Peccin, Primor Beef, Seara, Unifrangos, Breyer e Fábrica de Farinha de Carne Castro. 




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