Política Titulo São Bernardo
SBC Valorização entra com processo para manter contrato em S.Bernardo

Empresa responsável pela coleta de lixo
também pede pagamento de parcelas em atraso

Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
22/02/2017 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A SBC Valorização de Resíduos Sólidos Revita e Lara, empresa responsável pela coleta de lixo em São Bernardo, ingressou com ação na Justiça para manter o contrato com a Prefeitura e para obter as parcelas em atraso referentes à prestação do serviço na cidade.

O prefeito Orlando Morando (PSDB) abriu processo administrativo com objetivo de rescindir a PPP (Parceria Público-Privada) assinada ainda na gestão de Luiz Marinho (PT), em 2011, no valor de R$ 4,3 bilhões pelo prazo de 30 anos. O governo tucano alega que a SBC Valorização não cumpriu pontos do contrato, como a construção de usina produtora de energia elétrica com a queima dos resíduos e a recuperação do antigo lixão do Alvarenga.

O consórcio, formado pelas empresas Revita Engenharia e Central de Tratamento de Resíduos, cobra R$ 68,5 milhões da administração de São Bernardo por faturas não quitadas desde 2014 – a empresa alega que está sem receber com regularidade desde outubro.

Funcionários da companhia chegaram a fazer greve no começo do mês, dizendo que não haviam recebido o pagamento do salário. A SBC Valorização relatou, à época, que a pendência com a Prefeitura prejudicou o fluxo de caixa para honrar os vencimentos dos colaboradores. Já o governo declarou que o consórcio havia recebido R$ 727,8 milhões dos cofres públicos e que teria dinheiro para quitar os contracheques.

O processo corre na 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo. Na segunda-feira, a juíza Ida Inês Del Cid rejeitou o pedido de liminar impetrado pelo consórcio. “Os pedidos formulados pelo autor (SBC Valorização) não podem ser atendidos. Quanto ao pedido de pagamento de parcelas em atraso, (...) não é possível atendimento, neste momento, onde o município deverá explicar-se melhor a respeito de eventual atraso. (...) Quanto ao pedido relativo à continuidade do contrato, por certo que a Justiça não deve se pronunciar, porque a forma de mera notificação de suspensão de contrato administrativo não tem força para suspendê-lo, mormente porque nem mesmo o Tribunal de Contas se manifestou a respeito.”

Segundo a SBC Valorização, a ação foi impetrada “para garantir que a Prefeitura cumpra o contrato”. “(O processo foi movimento pedindo) Recebimento das dívidas que foram aprovadas e empenhadas, pagamento das próximas faturas e a proibição de contratação emergencial para evitar que os contribuintes de São Bernardo paguem por um novo contrato e, ao mesmo tempo, tenham de indenizar o atual contrato de concessão, que está em pleno vigor”, relatou o consórcio.

A companhia declarou também que hoje vai encaminhar a defesa ao processo administrativo movido pela Prefeitura para rescisão contratual. A empresa não descartou adotar outras medidas para manter o acordo vigente.

Questionada pela equipe do Diário, a administração informou que “não foi notificada oficialmente e só vai se posicionar quando tiver ciência do teor da ação”. 




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