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Região vai produzir dois milhões de panetones
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
11/09/2011 | 07:49
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Andréa Iseki/DGABC


Frutas cristalizadas no meio de uma massa úmida. Soma-se pão recheado com gotas de chocolate. A quatro meses do Natal, fábricas com sede no Grande ABC preveem procura forte e mandam para o forno enxurrada de 2 milhões de panetones. Volume que sairá apenas das fábricas da Coop e da são-caetanense Ben Hur, incremento de 28% e 30%, respectivamente, na comparação com o ano passado.

O gerente de panificação da Coop, Osmar Kimura, afirma que a meta diária de produção, hoje, é de 9.000 unidades e a partir de novembro, o volume vai chegar a 12 mil. A produção estimada na cooperativa é de 560 toneladas. Para movimentar a massa, 35 temporários foram convocados e passam por treinamento desde agosto.

O gerente de marketing da Ben Hur, Sebastião Simões, estima que sua empresa produzirá 500 toneladas. Tamanha produção ficará a cargo de 60 a 80 pessoas durante os próximos meses - parte delas já contratada. Mas ele conta que o número pode subir. "Dependerá da quantidade de pedidos, podendo até criar dois turnos de produção." Simões explica que o panetone tem validade de seis meses, daí a possibilidade de antecipar a feitura.

A Coop, que está mudando sua fábrica de Ribeirão Pires para Mauá, preferiu manter os produtos tradicionais, com sabor de frutas, e os de chocolate e floresta negra, essa última apenas em meio quilo.

Já a Ben Hur vai apostar suas fichas em sabores novos, de goiabada e no pão de massa e gotas achocolatadas.

PREÇOS

Os consumidores, no entanto, podem preparar o bolso, porque o tradicional bolo natalino ficará mais caro neste ano. A correção prevista será de aproximadamente 10%. Percentual quase 3% acima da inflação. Isso porque dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam que a inflação acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo foi de 7,23%, entre agosto de 2010 e o mês passado.

ARTESANAL

A padaria andreense Brasileira, que aposta no artesanal, vê incremento de 12% na produção deste ano. Isso significa que serão quase 4,5 toneladas saindo do forno, a partir de meados de novembro. O gerente Henrique Afonso Junior fala que o objetivo é trabalhar o panetone a mão, evitando químicas. O resultado é que consegue vender cerca de 600 kg do produto mesmo fora de época, dos feitos com massas adocicadas, passando pelos salgados.

Chocolates salpicados com nozes devem enfeitar as prateleiras neste ano, diz ele. Pelo fato de a produção começar só mais para a frente, ainda não sabe quantos trabalhadores irá empregar, tampouco quais serão os novos sabores. Mas garante que "como hoje o mercado está maluco, temos sempre que ficar nos reinventando. Como não concorremos com indústrias, pensamos em produtos diferenciados".

TRADIÇÃO

Mesmo com os novos sabores, manter a tradição é palavra de ordem no setor. Em relação ao consumo, o ideal é deixar para abrir e fatiar o produto só quando for comer, com isso, mantém a umidade e deixa as frutas em harmonia com a massa. "Aquela coisa de fumacinha saindo do panetone é só na propaganda", brinca Simões, que vê como prazo mínimo para consumo dez dias entre a fabricação e a comilança.




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