As fabricantes de bebidas, tradicionais patrocinadoras das festas de carnaval, não informaram o tamanho da redução no investimento no Sambódromo e em Salvador. Mas o fato é que, com a multiplicação dos blocos e dos carnavais de rua pelo Brasil, a verba que elas destinam ao patrocínio dos festejos de fevereiro acabou se desconcentrando e foi dividida por um maior número de cidades.
A Antarctica, por exemplo, que montou o Camarote da Boa na Sapucaí, no ano passado, não participará do desfile das escolas de samba - economizando, pelo menos, R$ 8 milhões no processo. O rótulo, no entanto, patrocinará 386 blocos de rua no Estado do Rio e 82 no Distrito Federal - um aumento 35% no número dos blocos em relação a 2016. "(Os blocos) fazem o maior carnaval do País. Faz sentindo concentrar neles", diz Bruna Buás, diretora da marca.
A Skol fará ações em 11 cidades, inclusive em algumas em que o carnaval não é reconhecido nacionalmente, como Ribeirão Preto e Campinas. Essa investida no interior paulista é reflexo do fato de uma das metas da marca para 2017 ser a expansão no Estado de São Paulo.
"Investiremos em um mix de cidades mais importantes e em locais em que as festas são latentes. Estaremos onde entendemos que há potencial para aglomerar pessoas. Antes o carnaval era muito centralizado, agora alcança mais gente", diz Maria Fernanda de Albuquerque, diretora de marketing da Skol.
Essa mudança de direcionamento das marcas tem beneficiado as prefeituras. Em 2016, o carnaval de rua de São Paulo custou R$ 10,5 milhões, com 50% dos recursos vindos dos cofres públicos. Neste ano, a gestão de João Dória levantou R$ 15 milhões, em movimento liderado pela Skol.
Além de ser a cerveja oficial nos dias de festa, a Skol patrocinará 62 blocos paulistanos. Mas a marca da Ambev não estará sozinha. A Amstel, da Heineken, que no ano passado foi a patrocinadora de São Paulo, perdeu a concorrência, mas arrematou os quatro maiores blocos da cidade. O jornal o Estado de S. Paulo apurou que alguns blocos conseguiram até dobrar o apoio de 2016, que havia sido de R$ 80 mil. A maioria dos grupos, porém, não consegue mais de R$ 10 mil.
Rainha do camarote. Com toda essa disputa pelos blocos, a Sapucaí ficou em segundo plano. A Brahma estará dentro do Camarote 1, mas com presença bem menor do que em outros anos. O maior patrocínio no Sambódromo será do Grupo Petrópolis, dono da Itaipava. "A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) não tinha outras marcas no radar e nos fez o convite", conta a gerente de propaganda da Itaipava, Eliana Cassandre.
Com aporte de R$ 15 milhões, a Itaipava virou a marca oficial do desfile carioca e será a única a ter um camarote exclusivo no local. "Houve aumento no investimento, por causa da parceria com a Liesa. Nos pareceu interessante ser a única a estar na Sapucaí", acrescenta Eliana.
O Grupo Petrópolis também apoiará camarotes em Salvador e no Recife, além do pré-carnaval de Olinda, num gasto total de R$ 32 milhões. Com essas ações, espera um crescimento de 3% nas vendas no período. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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