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Lula diz que lutará para ouvir pedido de desculpas a Marisa

No velório da mulher, ex-presidente afirma que acusações à companheira foram ‘leviandades’

Humberto Domiciano
05/02/2017 | 08:25
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Denis Maciel


O corpo da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, 66 anos, foi velado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, ontem. A despedida gerou comoção e contou com a presença de políticos e da população. Marido dela, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou a cerimônia para dizer que o casal foi vítima de injustiça ao ser incluído entre os réus da Operação Lava Jato.

“Nos últimos dias chorei uma quantidade de lágrimas que daria para recuperar o Cantareira. Marisa criou os filhos sozinha, foi mãe, pai, tia e amiga, sem nunca reclamar de nada”, lamentou o ex-presidente. “Marisa morreu triste porque a canalhice, a leviandade e a maldade que fizeram com ela... Quero provar que os facínoras que levantaram leviandades contra ela tenham um dia a humildade de pedir desculpas”, completou.

A sede do sindicato, local no qual a vida política de Lula começou e onde o casal se conheceu em 1973, já recebia pessoas horas antes da abertura da cerimônia, que teve início pouco depois das 9h.

Enquanto a imprensa aguardava para iniciar a cobertura, o repórter César Menezes, da TV Globo, foi hostilizado e teve que se retirar do local – posteriormente, o profissional conseguiu concluir seu trabalho.

PRESENÇAS
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) trouxe condolências a Lula e saiu do sindicato sem falar com a imprensa.
<EM>Já o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou que o Brasil passou a conhecer melhor a ex-primeira-dama após o seu falecimento. “Nesses dias ficou mais claro o quanto ela era consciente dos problemas graves do nosso País. Dona Marisa acabou sendo vítima do processo de perseguição ao presidente Lula.”

Na visão do ex-ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, a importância de Marisa Letícia também é cultural. “Ela foi responsável pela recuperação do Palácio do Alvorada em sua configuração original, da época de Juscelino Kubitschek”, destacou.

Por sua vez, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), visivelmente emocionada, contou a proximidade que tinha com a ex-primeira-dama. “Eu e meu marido <CF51>(o ator Antonio Pitanga</CF>) sempre fomos muito amigos do casal Lula e Marisa. Fica um vazio muito grande a partir de agora”, recordou.

O sindicalista Luiz Antônio de Medeiros (PDT) teceu impressões sobre o momento vivido por Lula. “Ele é uma fortaleza impressionante. Mesmo com todas as perseguições sofridas, não se abateu e seguirá sua vida política normalmente”, completou.

Por volta das 15h30, cortejo fúnebre deixou o sindicato rumo ao Cemitério Jardim da Colina, onde o corpo de dona Marisa foi cremado meia hora depois. A entidade não realizou o controle da quantidade de pessoas que esteve presente no velório.(Colaborou Daniel Tossato). 




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