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Reajuste do mínimo segue sem acordo
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
27/01/2011 | 07:40
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Da AE


O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, se reuniu ontem com seis principais centrais sindicais para discutir o pleito das entidades: correção da tabela do IR (Imposto de Renda) em 6,47% e a elevação do salário-mínimo para R$ 580. Após 20 dias de desencontros entre os organismos para que as reivindicações fossem apresentadas, o encontro de ontem serviu apenas como pontapé para um diálogo, sem avanços concretos. Foi o primeiro retorno da presidência desde que o movimento começou, no dia 7.

Participaram do encontro a CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores) e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores). As entidades pediram que o governo da presidente Dilma Rousseff mantenha a política de valorização do mínimo, conquistada durante o governo do ex-presidente Lula.

"Foi uma reunião boa. Porém, o governo não demonstrou nenhuma abertura para ampliar o mínimo e também não deu nenhuma margem para o reajuste do aposentado que ganha acima de um salário. Foi reunião sem resultado objetivo", definiu o presidente da UGT, Ricardo Patah. "A única questão que me pareceu mais descontraída foi quanto à correção da tabela do IR."

O representante ressaltou que, por conta da campanha de Dilma ter reiterado compromissos com a política social, espera que haja "sensibilidade" da União para retornar as propostas. Patah defende que os pedidos são importantes devido à pressão inflacionária em itens como os da cesta básica - fator a mais para pesar no bolso dos trabalhadores.

Por sua vez, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalvez, o Juruna, se mostrou mais otimista sobre a conversa com o poder público, ao afirmar que se abriu o diálogo para os três pontos destacados pelas centrais, correção da tabela do IR, aumento do mínimo e reajuste de 10% para aposentados que recebam acima do piso da Previdência . "Achamos positivo o governo nos chamar para conversas. Eles querem dialogar e reiteram isso no sentido de buscar a negociação conosco", sustentou. Porém, Juruna contrapôs que as arestas para os valores pleiteados pelos sindicatos não foram aparadas nesse primeiro contato.

MAIS IMPOSTOS - Desde 2007 a tabela é corrigida anualmente em 4,5%. À época, houve acordo entre os sindicatos e a União para que se mantivesse o percentual. Também foi discutida a necessidade de novas correções para 2011, ano de mudanças na Presidência. Por conta disso, a presidente Dilma Rousseff ainda não estabeleceu correção da tabela neste ano.

Isso faz com que trabalhadores que tiveram a renda reajustada no ano passado passem se enquadrar nos pisos que obrigam o contribuinte a desembolsar mais dinheiro para quitar impostos. Se um trabalhador que antes era isento do pagamento - por receber até R$ 1.499,15 - e teve reajuste salarial, terá de contribuir com alíquota de 15% à Receita.

Do outro lado, o ministro Carvalho admitiu pelo menos a manutenção para 2011 na tabela do IR no mesmo percentual dos últimos quatro anos (4,5%). Sobre a falta de avanços, o ministro afirmou que o diálogo tem de ser feito com "a devida calma".

Próximo passo nas negociações está marcado para o dia 2

Após primeiro contato frio na reunião de ontem entre a União e as centrais sindicais, que defendem reajustes do mínimo, elevação no piso da aposentadoria e correção da tabela do IR, está marcado para o dia 2, também em Brasília, um novo passo nas negociações.

Apesar de considerar que os sindicatos ganharam "uma mesa de negociação" junto ao governo, o presidente da CGTB, Antônio Neto, frisou que o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, irá buscar soluções com a presidente Dilma Rousseff, a fim de atender os pedidos das centrais.

"(Na reunião) devem vir novas conversas sobre o salário-mínimo. Vamos ver qual vai ser a posição do governo sobre as nossas propostas", disse Neto.

Mesmo com o novo contato confirmado pela Presidência, uma manifestação dos sindicatos continua marcada para um dia antes da reunião, durante a posse dos deputados federais, no Congresso.




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