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Após depoimento, Osvaldo Neto e Alfredo Buso serão soltos hoje

Secretários de Cultura e de Obras de S.Bernardo
foram presos em operação que investiga Museu

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
22/12/2016 | 07:30
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Montagem/DGABC


Secretários do governo do prefeito Luiz Marinho (PT), em São Bernardo, Alfredo Luís Buso (Obras) e Osvaldo de Oliveira Neto (Cultura) vão deixar hoje a carceragem da PF (Polícia Federal) na Capital, depois de cumprirem prisão temporária de oito dias de reclusão e prestar depoimento sobre investigação em supostos desvios de recursos para a construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador, no Centro. A PF e o MPF (Ministério Público Federal) os acusa de operar esquema que teria subtraído R$ 7,9 milhões de verba destinada à obra.

Ambos os secretários foram presos no dia 13, durante Operação Hefesta, instaurada para apurar irregularidades no projeto em São Bernardo, que conta com aporte do Ministério da Cultura. Foi preso também o ex-secretário adjunto de Obras Sérgio Suster (deixou a administração petista em 2012) e empresários da Construções e Incorporações CEI – responsável pela obra – da Construtora Cronacon, que, segundo a PF, também participou da fraude, e da Brasil Arquitetura, que montou o projeto básico.

O Diário apurou que apenas Buso e Osvaldo Neto estarão em liberdade. A PF não confirmou se os demais presos – contando com Buso e Neto, oito foram detidos na semana passada – serão liberados.

No dia das prisões dos secretários foram cumpridos mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão. O vereador José Cloves (PT) teve de prestar depoimento por ter assinado ordens de serviços no museu quando era secretário de Obras. Foram apreendidos dois carros (BMW e Porsche) e R$ 300 mil em espécie, tudo ligado aos donos das empreiteiras que prestavam serviço em São Bernardo. A força-tarefa contou com participação também de representantes do MPF e da CGU (Controladoria-Geral da União). Foram registradas ações na Capital, Santos, Barueri, Rio de Janeiro e Brasília.

A PF, por meio da assessoria de imprensa, informou que as investigações do projeto prosseguem, sem estabelecer ou informar prazos ou próximas etapas da operação.

Promotora do MPF, Fabiana Bortz anunciou que, além do montante desviado, a obra ainda aponta problemas de superfaturamento de serviços de engenharia e arquitetura, desvio de recursos mediante pagamento em duplicidade pela realização de mesmo trabalho, modificação do projeto original com custo acima do teto e prorrogações indevidas do contrato. Ela citou, na semana passada, que não havia indícios que comprovassem a participação de Marinho na irregularidades. O petista, por sua vez, desafiou o MPF a comprovar desvio de dinheiro no empreendimento.

O Museu do Trabalho e do Trabalhador foi idealizado pelo atual chefe do Executivo de São Bernardo em 2010, com o objetivo de homenagear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu padrinho político.

As obras foram inicialmente orçadas em R$ 18 milhões, aumentando para R$ 21,68 milhões. Os serviços tiveram início em 2012, com previsão de entrega em janeiro de 2013. Entretanto, o empreendimento passou por várias paralisações e abandonos.
 




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