Bicampeão brasileiro pelo Palmeiras em 1993 e 1994, além de ter colecionado diversos outros títulos pelo clube, o goleiro Sérgio tem autoridade para falar sobre o Verdão, o qual defendeu por 18 anos. Em visita a Santo André na semana passada para jantar com torcedores do time em restaurante local, o ex-arqueiro, 46, celebrou a conquista, mas chamou a atenção para a demora de 22 anos para o clube chegar novamente ao topo da competição e sugeriu que a diretoria já tem de se mexer para que novo jejum não se instale na equipe.

“Levou muito tempo para que um Brasileiro se concretizasse novamente. Estávamos vindo em batida muito boa nos anos 1990 e 2000, depois tivemos esse jejum. Demorou muito, porque daquela época para cá deveríamos ter colhido mais frutos, em dois ou três anos”, disse Sérgio ao Diário. “Agora é preciso analisar: foi campeão? Lindo, maravilhoso, vamos festejar, extravasar. Mas daqui para a frente temos de pensar o que faltou para que dentro de dois, três, quatro ou cinco anos ser campeão novamente”, emendou o ex-goleiro.

Na visão dele, neste hiato de títulos do Nacional o clube acabou ultrapassado pelos rivais. Motivo: filosofias dos presidentes que passaram pelo clube no período. “São gestões diferentes, presidentes que entram e saem, e temos de entender a logística, saber ainda que outros clubes também competem para ser campeões. Foi o que aconteceu, Corinthians, São Paulo e outros brigaram e conquistaram. O Palmeiras ficou um pouco para trás”, sugeriu.

Especialista no assunto, quando questionado sobre as atuais opções que o Palmeiras tem para o gol, Sérgio não hesitou e ainda traçou paralelo com outras épocas e conquistas alviverdes, sobretudo o bicampeonato de 1993 e 1994.

“Naquela época tínhamos Velloso, Sérgio e Marcos. Teve uma escola boa de goleiros que durou por muito tempo e já vem do passado com Oberdan Catani, Ivan (Izzo), Sr. Valdir (Joaquim de Moraes), (Emerson) Leão, de quem sou fã. Agora Fernando Prass e Jailson demonstram que amizade e companheirismo são evidentes, mas lutam para ser titular. Só joga um. São dois ótimos goleiros, de características diferentes, mas o Jailson entrou e substituiu o Prass à altura. Hoje, o problema do Palmeiras vai demorar a ser goleiro. No gol está bem servido. Isso é ótimo.”

Outro título que Sérgio levantou com a camisa do Verdão foi a Copa Libertadores de 1999 e ele analisa que as chances de o clube alcançar a taça pela segunda vez é real. “É um sonho que está bem próximo. Basta continuar e fazer o que está fazendo. Porém, tem de se empenhar ao máximo, porque é competição muito diferente, tem de mudar algumas características do time e o treinador tem de ser inteligente. Acho que o Palmeiras tem tudo para conquistar o título”, palpitou.

DIRIGENTE

Há três semanas, Sérgio assumiu o cargo de diretor executivo do São José FC que, em 2017, disputará a Copa São Paulo de Futebol Júnior e o Campeonato Paulista da Série A-3. “Vou atuar na base, que agora vai disputar a Copinha e, posteriormente, no profissional, na Série A-3. Vai ser campeonato que vou estar aprendendo e me aperfeiçoando cada vez mais no futebol.”

Na visão dele, a cidade merece e o intuito da diretoria e comissão técnica e recolocá-la na elite estadual. São José é cidade maravilhosa. Dá dó não ter time na Primeira Divisão, porque tem estádio bom, condições excelentes na cidade, grandes patrocinadores. Busco aprender sempre e agregar com minha experiência, com objetivo maior que é realizar o sonho de chegar e permanecer na Primeira Divisão”, concluiu.