O tribunal que eximiu de "culpa e responsabilidade" um civil e 21 ex-policiais, ordenou também que ex-membros do governo Carlos Menem (1989-99), suspeitos de encobrir os autores do ataque que causou 85 mortes e deixou 300 feridos, prestem depoimento.
"O caso não volta ao começo, mas continuará por vários caminhos. Estão pendentes ordens internacionais de prisão (de ex-funcionários iranianos)", disse o promotor do caso, Alberto Nissman.
Nissman foi designado para liderar uma unidade de investigações, enquanto o juiz Juan José Galeano, que era encarregado do processo, está à beira do julgamento político, acusado de graves irregularidades.
A unidade especial investigará o papel dos homens de Menem, acusados de atuar com a conivência de Galeano para encobrir os autores do atentado realizado em 18 de julho de 1994.
Nissman foi um dos promotores que acusaram 21 ex-policiais e um vendedor de carros roubados de ajudar os terroristas e fornecer apoio logístico. Cinco dos indiciados ficaram presos entre 8 e 10 anos até que um tribunal federal os eximiu de culpa, devido a graves falhas nas investigações.
O promotor afirmou que o edifício foi destruído por um carro-bomba. Entretanto, as investigações independentes apontam que os explosivos foram colocados na sede ou num veículo na porta do edifício.
Nissman lembrou que continuam pendentes as ordens de prisão internacionais contra o ex-embaixador iraniano na Argentina Hadi Soleimanpur e do adido cultural Moshe Rabbani, entre outros funcionários deste país, como supostos integrantes da conexão internacional.
O juiz encarregado do processo desde dezembro de 2003, Rodolfo Canicoba Corral, não descarta nenhuma hipótese e segue a pista sobre o argentino de origem síria, Kanoore Edul, fabricante de roupa. Este último suspeito pode ser o "elo perdido" com a conexão local, a organização libanesa pro-iraniana Hezbolla e Moshé Rabbani, disseram as fontes judiciais.
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