A pesquisa Febraban (Federação Brasileira de Bancos) de projeções macroeconômicas e de expectativas de mercado, realizada com 31 instituições financeiras entre os dias 6 e 10, apontou que o principal risco para a boa evolução da economia brasileira no médio prazo é o excessivo gasto do governo, o que traz preocupações sobre o equilíbrio das contas públicas.

O estudo fez uma pergunta aos bancos participantes sobre o desempenho fiscal da União no primeiro trimestre deste ano. Exatamente 50% apontaram resultado abaixo das expectativas, enquanto os outros 50% afirmaram que estavam em linha com o esperado.

Em março, foi registrado déficit primário do setor público de R$ 216 milhões, marca muito distante do superávit esperado de R$ 4,9 bilhões. "De longe, a questão fiscal é a principal preocupação relativa à economia doméstica para o médio prazo", ponderou o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg. Para ele, contudo, a crise na Europa é o principal elemento que causa temores para a continuidade da expansão favorável do País, especialmente para o próximo ano.

CRESCIMENTO DO PIB - A pesquisa Febraban apontou que o PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer 6,3% neste ano e 4,5% em 2011.

"O cenário principal, que é levado em consideração pelos entrevistados, é que os problemas econômicos da Europa ficarão restritos à Grécia e que o socorro aquele país evitará o contágio a outras economias como Portugal e Espanha", diz.

"A economia da Europa pode até registrar um crescimento baixo, mas a avaliação geral é de que os seus problemas econômicos não devem trazer efeitos mais expressivos à recuperação do nível de atividade mundial, neste ano e no próximo", comentou.