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Vanessa transfere sede do PMDB para sua casa
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/07/2011 | 07:30
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Nario Barbosa/DGABC


Depois de assumir o PMDB de Mauá e alocar integrantes de sua família na gerência do diretório, a deputada estadual Vanessa Damo transferiu a sede da legenda na cidade para o imóvel onde reside, na Vila Bocaina. E, apesar da troca do quartel general peemedebista, militantes do partido continuam contribuindo normalmente para bancar despesas referentes ao aluguel da antiga sede, locada na Avenida Barão de Mauá, no Centro.

Os gastos com o diretório municipal são arcados pelos filiados com cargos eletivos (com 5% do salário destinado ao partido), ocupantes de secretarias em gestões públicas e comissionados (que encaminham 3% à legenda). Com essa verba, a sigla paga os R$ 400 do aluguel do imóvel no Centro de Mauá, além de outras despesas, como condomínio e conta de luz. A Executiva Estadual não transfere receita aos diretórios municipais.

Proprietária do imóvel, Emico Isa Kuryura confirmou que o diretório do PMDB tem quitado regularmente o aluguel estipulado. "Temos contrato desde 2006 e tenho recebido todo dinheiro. Recebi, inclusive, o do mês de junho."

A troca de sede aconteceu assim que José Carlos Orosco Júnior, marido de Vanessa, assumiu a presidência provisória do PMDB mauaense. Além de Orosco, a comissão conta com Gilberto João de Oliveira, advogado da peemedebista; Paulo Roberto de Sousa, ex-secretário de Serviços Urbanos na gestão de Leonel Damo e tio da deputada; Wilson Rosinelli, empreiteiro, amigo da família Damo; e Janete Fátima Massagardi Damo, cunhada da parlamentar.

A equipe do Diário procurou Vanessa e Orosco, que não atenderam os telefonemas para explicarem os motivos da troca de local.

Ex-presidente municipal do PMDB, Paulo Bio ironizou o fato de a deputada mudar a sede da legenda. "Como ela está fazendo as reuniões? Deve ser na cozinha da casa dela, já que todo mundo da família dirige o PMDB. As conversas podem ser feitas durante um jantar familiar", criticou Bio, responsável por pagar o aluguel do antigo QG peemedebista.

O presidente provisório do PMDB no Estado, deputado estadual Baleia Rossi, defendeu a alteração realizada pela colega de parlamento estadual. "Se ela colocou o PMDB na casa dela isso mostra que ela tem carinho todo especial pelo partido. Porque só colocamos para dentro da nossa casa quem a gente gosta."

ACUSAÇÃO

Bio também acusou a deputada de não colaborar com as finanças partidárias. Vanessa se filiou na legenda em 2009, depois de desgaste junto à direção do PV, sigla pela qual se elegeu deputada estadual pela primeira vez, em 2006. Segundo Bio, a peemedebista não repassa a cota de 5% do salário ao fundo municipal. O valor representaria cerca de R$ 620 do salário de R$ 12.384,37 pagos pela Assembleia Legislativa à parlamentar. "Eu já cheguei a falar isso com ela, mas nunca cobrei muito forte para não ser deselegante", justificou.




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