Economia Titulo Crédito
Consignado tem expansão de 46%

Modalidade de crédito mais barata para o consumidor muda trajetória vista em 2011

Pedro Souzz
14/03/2012 | 07:02
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Com as taxas mais atraentes do mercado financeiro brasileiro, o crédito consignado acelerou em janeiro. O BC (Banco Central) publicou que os consumidores contrataram R$ 6,8 bilhões pela modalidade no primeiro mês do ano. O valor representou alta de 46,2% em relação ao mesmo período de 2011.

Seguindo a tendência, o volume monetário concedido por meio de consignado vinculado ao Ministério da Previdência Social, em janeiro, superou em 26% o resultado de igual período do ano passado. Segundo a Pasta, os beneficiários da Previdência contrataram R$ 2,9 bilhões naquele mês.

As altas contrariam o ritmo de desaceleração no crescimento da demanda pelo consignado ocorrida no ano passado inteiro. Desde 2004, a modalidade apresentou resultados consistentes, avanços anuais superiores a 20%, mas o cenário mudou, com medidas restritivas aplicadas no crédito em geral, e 2011 encerrou com evolução de 14% sobre 2010.

Entre as explicações para o desempenho resfriar no ano passado está a maturação da modalidade. Sua popularidade impulsionou a demanda, e sobre bases fracas, os crescimentos eram mais pomposos. Em 2011, o consignado estava maduro. Os trabalhadores, aposentados e pensionistas que têm acesso à modalidade, em grande parte, já estavam endividados com o consignado. Existe a limitação de uma operação por vez. E o resultado foi o freio no crescimento.

Mas janeiro houve reviravolta. "Muitas pessoas contrataram o consignado porque estão muito endividadas", avaliou o coordenador da pesquisa de juros da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira. É um momento em que as famílias tentam amenizar o impacto das dívidas no orçamento e o consignado é uma opção para redução de juros de um empréstimo ou financiamento.

Em janeiro, segundo o BC, os juros médios do consignado estavam em 2,04% ao mês. E a média das demais opções de crédito pessoal girava em torno de 4,53% ao mês.

O professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas Samy Dana acredita que a retirada das medidas macroprudenciais, no fim do ano passado, resultou em redução dos juros no consignado, o que atraiu os consumidores. "Teve também a redução do dólar, que deixou os produtos importados mais baratos e algumas pessoas contrataram consignado para gastar desta maneira."

O consignado é descontado direto em folha de pagamento, o que reduz o risco do banco que realiza a operação. A instituição, por sua vez, deixa o valor desses empréstimos menor do que as demais modalidades cujas chances de inadimplência são maiores.




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