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Protesto da Força atinge mais de 7 mil na região
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
27/10/2006 | 22:28
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Os “protestos de alerta” do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra (filiado à Força Sindical), realizados entre segunda-feira e sexta-feira, mobilizaram mais de 7 mil trabalhadores de dez fábricas das cidades representadas. As ações da entidade dos metalúrgicos da Força pretendem forçar o setor patronal a melhorar o índice de reajuste dos trabalhadores, que, em campanha salarial, reivindicam aumento real de 7% ante 1,5% oferecido pelos empresários.

Ao longo da semana, os trabalhadores atrasaram as produções em diversas indústrias da região para “alertar” os empresários sobre a necessidade de elevar o índice de reajuste da categoria. Até o momento, as negociações patinam e os sindicalistas reclamam da “displicência” dos empresários no tratamento das exigências dos trabalhadores.

Com data-base em 1º de novembro, os metalúrgicos da Força apresentaram a pauta com todos os itens econômicos no início deste mês. Nas reuniões, realizadas em diversos setores da metalurgia, os patrões recebem as exigências, como se não as conhecessem, e prometem apresentar propostas em encontros posteriores.

A resposta dos trabalhadores veio em forma de protestos. No Grande ABC, o sindicato local organiza manifestações desde o início desta semana. Na quarta-feira, em plenária, os 52 sindicatos da Força no Estado de São Paulo optaram por deflagrar a “greve canguru”, com paralisações de duas horas, em diversas fábricas por determinadas regiões. Nesta segunda, param os metalúrgicos de Guarulhos e na terça nas cidades da região.

Caso as ações marcadas para todo o Estado não surtem efeitos – ou seja, não convençam os empresários a concederem reajuste mais elevado –, os sindicalistas da Força prometem greve a partir do dia 5 do próximo mês. “Temos o consenso de arrancar um aumento melhor. Se não chegar a um aumento nos patamares dos anos anteriores, não dará para aceitar as propostas”, enfatiza o secretário-geral do Sindicato de Santo André, Adonis Bernardes.

Em 2005, os metalúrgicos da Força conquistaram aumento real de 3% e, em 2004, o índice foi de 4%. “Agora, eles argumentam que a inflação está baixa (menos de 3%) e que prevêem dificuldades nos setores no próximo ano, mas essas não são justificativas plausíveis”, contesta Bernardes. “O balanço das ações mostra que a categoria entendeu a mensagem do sindicato para uma greve por aumento real, de fato”, enfatiza.

Além da questão do reajuste salarial, os sindicalistas também reivindicam um piso único de R$ 800 para toda a categoria metalúrgica do Estado de São Paulo. Hoje, o piso oscila entre R$ 535 e R$ 718. “Temos discussão forte nessa questão e cremos que um salário básico de R$ 800 não é um piso que possa afetar o crescimento das empresas”, avalia Bernardes. Os sindicalistas também reivindicam redução da jornada de trabalho sacramentada em acordo coletivo e regulamentação do trabalho de presidiários, principalmente no Interior.



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