Sem nenhum resultado, a discussao da fusao PDT-PTB, iniciada após as eleiçoes de 2000, chegou a um impasse e praticamente se inviabilizou. O líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ), avisou ao seu presidente nacional, Leonel Brizola, que considera impossível o acordo e nao vai mais participar dos debates que envolviam as executivas nacionais e as bancadas federais dos dois partidos. Também no PTB considera-se o processo muito difícil.

A definiçao da nova sigla e de quem a presidirá e o medo dos pedetistas de "sumir" em uma legenda com histórico governista inviabilizam o acerto. Miro defendeu a idéia de que o novo partido deveria preservar na sigla algo que remetesse ao atual PDT. O partido foi criado em 1980 por Brizola e seu grupo político, depois que, em uma manobra jurídica inspirada pelo regime militar, perderam a sigla PTB para a ala liderada por Ivete Vargas, uma sobrinha do presidente Getúlio Vargas.

"Há alguns aspectos da luta do PDT que dao certa dor no peito deixar para trás", explicou Miro. Os pedetistas, afirmou o líder, nao aceitam a simples incorporaçao ao PTB. "Talvez o novo partido pudesse se chamar Uniao Trabalhista PDT-PTB", sugeriu. Oficialmente, tanto Brizola como o presidente do PTB, o deputado José Carlos Martinez (PR), afirmam querer continuar a discussao.