Política Titulo Articulação
Marinho projeta candidatura a presidente do PT paulista
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/11/2016 | 07:17
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Nario Barbosa/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), reuniu integrantes da CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente majoritária do petismo, e lançou extraoficialmente sua candidatura à presidência do Estado. Também afirmou que tenta convencer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a comandar a legenda em âmbito nacional, algo que Lula tem refutado. A eleição no petismo foi antecipada de novembro para abril.

Marinho, que deixa a Prefeitura no dia 31 de dezembro, ainda é cotado para se candidatar ao diretório nacional do partido, entretanto, nesta reunião – segundo o Diário apurou –, ele disse que sua vontade é suceder Emidio de Souza, ex-prefeito de Osasco e que atualmente preside o PT estadual. Emidio poderia ser reeleito, mas admite não buscar a renovação de mandato.

Interlocutores do prefeito entenderam que o lançamento da candidatura ao PT paulista serve para construir seu projeto ao governo do Estado em 2018. Marinho avalia que, como presidente nacional, teria exposição na mídia, mas ficaria preso a questões nacionais – como a Operação Lava Jato – e não teria tempo para articular sua candidatura a governador pelo petismo.

O encontro da CNB aconteceu na sexta-feira à noite. Na reunião, além de falar de seu projeto interno e de Lula, insinuou que nesse plano está inclusa a continuidade de seu irmão, Brás, à frente do PT de São Bernardo. O trabalho de Brás é alvo de críticas duras de militantes, que o acusam de pouco diálogo e de apenas seguir ordens da primeira-dama da cidade, Nilza de Oliveira (PT). Assessor do deputado estadual Luiz Turco, Anderson Dalécio já lançou candidatura ao PT de São Bernardo.

Militantes que acompanharam a reunião relataram que Marinho avisou que a partir do ano que vem quer percorrer o Estado para “reconstruir o partido”, que sofreu baixas importantes – apenas oito prefeitos da legenda foram eleitos em outubro. Por ter canal direto com Lula, Marinho é cultuado por prefeitos do Interior. Ele também auxiliou série de diretórios em 2012, quando foi reeleito prefeito de São Bernardo ainda no primeiro turno.

Toda aclamação nos diretórios interioranos não é compactuada na estadual do PT. A articulação de Marinho foi bastante contestada quando ele, em 2014, foi coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT) em São Paulo – a então candidata à reeleição saiu derrotada do Estado por 64,31% a 35,69% no segundo turno com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O revés no Grande ABC na eleição de outubro, onde Marinho se gabava de ter controle regional, aumentou a desconfiança no PT paulista. Nenhum prefeito da legenda foi eleito nas sete cidades e o candidato de Marinho em São Bernardo, Tarcisio Secoli (PT), sequer foi ao segundo turno.

Dentro do PT estadual alguns nomes são especulados para rivalizar com Marinho. O prefeito da Capital, Fernando Haddad, o deputado estadual Alencar Santana (com base eleitoral em Guarulhos), e até mesmo Turco, de Santo André, tiveram nomes ventilados na sigla. 




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