O prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), promoveu nesta semana a segunda reformulação do secretariado deste ano. O secretário Pedro Lovato agora acumula as pastas da Segurança e de Assuntos Jurídicos, cargo ocupado interinamente pelo diretor jurídico José Alves Cavalcante, que está fora do secretariado. A Secretaria de Governo, que era ocupada por Lovato, fica com o coordenador do Orçamento Participativo, Severino Manoel da Silva.

A primeira troca aconteceu há menos de 20 dias, com a saída de Cacilda Lopes da pasta de Assuntos Jurídicos, substituída por Cavalcante. Outra secretaria que poderia ter uma troca seria a da Saúde, cuja titular, Eliene de Paula, teria a intenção de deixar a área. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, ela ainda está no comando da Saúde.

Lideranças petistas da cidade avaliam que essa troca está relacionada com o apoio de Dias à pré-candidatura do vereador José Luiz Cassimiro a vice na chapa do PT, encabeçada pelo atual vice-prefeito, Márcio Chaves Pires. Cassimiro disputa a vaga com o vereador Hélcio da Silva e com o deputado federal Wagner Rubinelli. Segundo essas lideranças, Cavalcante seria ligado ao grupo de Hélcio, o que poderia motivar seu afastamento da administração de Dias.

No entanto, o vereador nega essa conexão com o diretor jurídico, e diz desconhecer as mudanças ocorridas no primeiro escalão mauaense. “Essas mudanças são decididas pelo prefeito, e não tenho ninguém indicado no secretariado. Nenhum vereador indica secretário, quem faz isso é a administração”, afirmou Hélcio. Segundo as lideranças, Cacilda e Eliene também seriam ligadas ao vereador.

Procurado pela reportagem do Diário, o secretário Pedro Lovato não quis comentar essas mudanças. Já a assessoria de imprensa da Prefeitura comunicou que as alterações no secretariado já estavam previstas pelo prefeito e faziam parte da organização interna, sem qualquer conotação política. A reportagem tentou contato com Dias para falar sobre as mudanças, mas não obteve retorno.

Erro – A opção de Dias por apoiar Cassimiro foi declarada em uma reunião com o primeiro escalão e com os pré-candidatos a vice há mais de uma semana, na Prefeitura. Segundo alguns presentes, Dias exigiu que o secretariado acatasse sua decisão e quem não aceitasse essa alternativa deveria colocar o cargo à disposição. Tal atitude, segundo os petistas, deu início a uma profunda crise dentro do PT na cidade.

Para essas lideranças, Dias está repetindo um erro que cometeu no fim de 2002, quando também deu apoio incondicional ao vereador para disputar a presidência da Câmara. À época, a decisão também rachou a bancada governista, e deu a vitória ao atual presidente, vereador Diniz Lopes (PL), além de travar a votação de matérias importantes, como o Orçamento de 2003, que foi executado sem a aprovação do Legislativo.