A filiação do ex-prefeito de São Bernardo William Dib ao PSDB, ontem, na Associação dos Funcionários Públicos, teve a presença dos principais atores políticos nacionais tucanos e de legendas aliadas. O palanque formado para abonar a ficha do ex-socialista - deixou o PSB depois de 16 anos - dificilmente se repetirá antes das eleições de 2010.

O ato tornou-se suprapartidário reunindo integrantes de PTB, PV, DEM, PMDB e do próprio PSB, os quais apoiaram a saída de Dib da sigla.

Ao lado do ex-chefe do Executivo, três comandantes do Estado: o atual líder paulista José Serra (PSDB), seu antecessor Geraldo Alckmin (PSDB- 2001 a 2006, hoje secretário de Desenvolvimento) e Orestes Quércia (PMDB-1987 a 1990). Aloizio Nunes, secretário da Casa Civil de São Paulo, e o presidente da sigla em São Paulo, deputado federal Mendes Thame, também estiveram presente.

O prefeito da Capital, Gilberto Kassab (DEM), os deputados estaduais Barros Munhoz (PSDB, presidente da Assembleia Legislativa), Orlando Morando (PSDB-São Bernardo), Milton Flávio (PSDB-Botucatu), uma dúzia de chefes de Executivos de municípios paulistas e dezenas de vereadores somaram-se às cerca de 700 pessoas que prestigiaram o evento político.

Além de fortalecer as fileiras tucanas no Grande ABC, Dib, que deve concorrer a uma vaga na Câmara Federal no ano que vem, irá coordenar na região a campanha do PSDB à Presidência da República e ao Palácio dos Bandeirantes. "Vamos nos desdobrar, como sempre fizemos", ressaltou o ex-prefeito.

O mais novo tucano aproveitou a ocasião para colocar panos quentes sobre sua relação com Orlando Morando que, segundo informações de bastidores, estaria estremecida. Com Dib no partido, o parlamentar teria dificuldade em disputar novamente a Prefeitura em 2012. "Somos amigos. Não tenho vaidades. Agora, estou à disposição do partido. Se tiver de sair, sairei", frisou o ex-comandante municipal. "Esse ato desmistifica qualquer boato", completou o deputado.

Nas entrevistas, projeções para as eleições de 2010 passaram distante. Nos discursos, porém, questões eleitoreiras foram a tônica, a ponto de Geraldo Alckmin - e outros políticos que empunharam o microfone - lançar a candidatura de Serra ao Palácio do Planalto. "Conte conosco, Serra, pelo bem do Brasil. Está calejado e preparado para enfrentar os desafios brasileiros", discursou o secretário tucano.