Os cerca de 950 trabalhadores da Paranapanema, que possui fábrica de tubos de cobre no bairro Utinga, em Santo André, estão com os braços cruzados por tempo indeterminado. O motivo é a falta de acordo no reajuste salarial.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, a companhia ofereceu 7% de correção, sendo 3,5% retroativos a 1º de novembro, data base da categoria, e outros 3,5% a partir de 1º de março.

Os funcionários, por sua vez, querem pelo menos a reposição da inflação, que nos 12 meses encerrados em outubro atingiu 8,5%, conforme o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Eles pedem ainda o aumento do vale-alimentação de R$ 89 mensais para R$ 150 – alta de 68,5%. “Há dois anos o benefício não tem reajuste. Antes, era oferecida cesta básica de 30 quilos, e com três quilos de feijão. Quando o preço do quilo do grão chegou a R$ 15, ficou inviável comprá-lo, e o valor pago, que já era baixo,tornou-se insuficiente para as despesas com supermercado”, afirma o diretor do sindicato Adilson Torres, o Sapão.

Ontem, durante assembleia realizada na empresa, 90% dos funcionários concordaram com a greve, de acordo com o sindicalista. “Estamos negociando há duas semanas e quatro reuniões, mas não houve contraproposta até o momento, por isso a paralisação”, explica Sapão.

Caso o sindicato consiga a reposição da inflação, o piso salarial da empresa, que é de R$ 1.600, passará a R$ 1.736. Já o rendimento médio, de R$ 4.000, vai a R$ 4.340.

Procurada, a companhia se posicionou dizendo que “a empresa fez uma proposta inicial, rejeitada pelo sindicato que representa os colaboradores, e estudava uma nova opção. Apesar do processo de negociação ainda estar em andamento, a Paranapanema respeita o direito à greve e segue confiante no diálogo com seus colaboradores e representantes.”

A empresa, maior produtora nacional de cobre, é a segunda que mais emprega na base dos metalúrgicos de Santo André e Mauá, atrás apenas da Magneti Marelli, com cerca de 1.100 funcionários. A Paranapanema conta com outras duas plantas, uma em Dias D’Ávila (Bahia) e outra em Serra (Espírito Santo).