Economia Titulo Alta do dólar
Com alta do dólar, diferença para o euro está menor

Movimento de valorização da moeda
americana faz defasagem ficar em R$ 0,25

Vinícius Claro
Especial para o Diário
17/11/2016 | 07:25
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Denis Maciel/DGABC


Com a valorização do dólar, o custo da moeda norte-americana está cada vez mais próximo do euro. No último mês, o dólar comercial, utilizado por empresas que exportam ou importam, aumentou R$ 0,24, de R$ 3,18 para R$ 3,42 (cotação de ontem), alta de 7,5%. Já a moeda da União Europeia subiu R$ 0,16, de R$ 3,49 para R$ 3,65, ou 4,5%. A defasagem entre eles está em R$ 0,23.

No período, o dólar turismo, usado por quem pretende viajar ao Exterior, passou de R$ 3,31 para R$ 3,57, aumento de R$ 0,26 ou 7,8%. O euro turismo, por sua vez, teve alteração de R$ 3,64 para R$ 3,82 – R$ 0,18 ou 4,9%. A diferença é de R$ 0,25.

De acordo com o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, a explicação está na valorização da divisa norte-americana motivada pela eleição do republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

“Trump se elegeu em cima de uma plataforma protecionista e expansionista no termo de gastos públicos. Isso pode gerar processo de expansão de gastos públicos. Naturalmente, deve gerar inflação. E, se isso vai gerar inflação, vai obrigar o Banco Central dos Estados Unidos a subir a taxa de juros.”

Desta forma, Balistiero considera que vale mais a pena aos investidores injetarem a divisa no mercado norte-americano. “Os dólares que estavam rodando pelo mundo voltam para os Estados Unidos, fortalecendo a moeda local e enfraquecendo as demais.”

O professor do curso de Economia da FGV-SP Fábio Gallo explica que a variação cambial é independente entres as moedas, e que as regras de paridade cambial são muito amplas, mas as duas principais variáveis são taxa de juros e inflação. “Se um país, tecnicamente, tem maior inflação que outro, a moeda do país inflacionado tende a desvalorizar. Acontece o mesmo com a taxa de juros nominal. Onde há a mais alta taxa, a moeda desvaloriza mais facilmente.”

VIAGEM - Para Gallo, a situação de proximidade entre dólar e euro abre uma janela para aqueles que pretendem conhecer a Europa, já que os valores, apesar de não estarem baratos, estão próximos. Geralmente, a diferença entre eles é de R$ 1 a R$ 0,80. E, agora, está em R$ 0,25.

O professor recomenda àqueles que vão viajar que iniciem o quanto antes a compra da moeda, para se proteger da desvalorização do real. Segundo o professor, as compras devem acontecer aos poucos, preferencialmente nos dias que apresentarem queda.

Já Balistiero acredita que a melhor saída é fazer a compra em três períodos: imediatamente, no meio do período para a viagem e na véspera desta. Dessa forma, é traçado um preço médio. “Essa é a maneira ideal. Não se ganha, mas também não perde dinheiro.”

PROJEÇÕES - Gallo acredita que essa curta diferença entre dólar e euro deva permanecer em curto prazo, mas afirma que é muito difícil fazer qualquer projeção. “Depende do que vai acontecer com os bancos alemães, com orçamento da Itália e até com o movimento político mais à direita que começa a acontecer na Europa. Também é preciso lembrar que daqui a dois meses Trump assume, e pode levar qualquer projeção para o brejo se ele fizer alguma loucura.”

Balistiero segue a linha de Gallo e diz que a tendência é que na véspera da posse do presidente recém-eleito o dólar deva experimentar nova alta. 




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