Editado pela PUC-RS, o livro mostra a busca do governo dos EUA pela borracha da selva brasileira e a ligação daquela monumental crise política internacional com o que viria a ser conhecido no Brasil como o abandono no mato de milhares de famílias nos isolados seringais, após o fim do conflito e a decadência da borracha no mercado mundial.
A obra dos Neeleman contém documentos que comprovam ainda o pagamento pelos americanos ao Brasil de US$ 40 milhões pela produção da borracha. "Em 28 de abril de 1948, houve um relatório final da Divisão de Desenvolvimento da Borracha do governo norte-americano", relatam os pesquisadores, citando documentos do arquivos do Departamento de Estado dos EUA, em Washington. O relatório, assinado pelo funcionário americano A.J. Hildrather, aponta o tamanho da necessidade de borracha, que à época tinha produção dominada pelo japoneses. "Os Estados Unidos já haviam adiantado US$ 100 milhões para o Brasil", alerta Neeleman.
A seiva branca da Hevea brasiliensis era produto tão importante para aquele momento que consumiu um investimento de US$ 1 bilhão, pago pelo governo dos EUA. Esse valor é a metade do custo total de pesquisa e produção de nada menos do que a mais letal arma já vista no mundo, a bomba nuclear. O Projeto Manhattan, que construiu as três famigeradas bombas - uma de teste, detonada em território americano, e as outras duas, jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 - custou US$ 2 bilhões.
Os pesquisadores não escondem a paixão pelo País. Pela editora da Universidade São Marcos, em 2007, publicaram A Taste of Brazil, com 168 receitas brasileiras. Em Tracks in the Amazon (Trilhos na Selva, Editora Bei, 2012), contam a história da ferrovia Madeira-Mamoré. E em A Migração Confederada ao Brasil, Estrelas e Barras sob o Cruzeiro do Sul (EdiPUC), a migração de americanos no século 19. Este livro será lançado em São Paulo, no Colégio Mackenzie, na quarta (16).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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